O grupo quis acessar a área restrita na cúpula de Belém e foi contido pela segurança. Após tumulto, espaço foi isolado
Uma confusão terminou em correria e quebra-quebra no acesso à Zona Azul da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30), em Belém, nesta terça-feira (11). Manifestantes tentaram acessar a área restrita a pessoas credenciadas. Eles conseguiram ultrapassar o sistema de Raio-X, mas foram parados por um bloqueio de segurança antes de acessarem o local. Portas da entrada foram quebradas. Ao menos um segurança ficou ferido durante o incidente.
Os manifestantes protestavam com uma bandeira “Palestina livre” e contra a exploração de petróleo na Margem Equatorial, na foz do Rio Amazonas. Eles participavam de uma marcha, mas, em vez de seguir o trajeto, separaram-se do grupo principal e foram para o Parque da Cidade tentar entrar na Zona Azul. Em nota, a organização da “Marcha pela Saúde e Clima” afirmou que “os atos que ocorreram após a marcha não fazem parte da organização do evento e que respeita as instituições organizadoras da COP30 e “o compromisso com uma Amazônia viva, saudável e sustentável para todos.”
A invasão durou alguns minutos. Após a expulsão dos manifestantes, seguranças fecharam a Zona Azul e pediram que os participantes credenciados da COP que estivessem na área deixassem o local. Foi formado um cordão de isolamento e a segurança foi ampliada, inclusive com homens fortemente armados.
Agenda
A confusão ocorreu por volta as 19h20, quando a programação já estava encerrada. O empenho nas reuniões era o de transformar ambição em implementação, especialmente nas cidades, de acordo com informações dos organizadores.
Mukhtar Babayev, presidente da COP29, em seu discurso de abertura dos trabalhos de hoje, admitiu que a conferência de Baku, no Azerbaijão, também encarou desafios como na COP30, na meta financeira de US$ 1,3 trilhão como o plano de financiamento contra mudanças climáticas.
“Agora precisamos clamar pelo espírito de Kyoto e Paris para conseguir o consenso nos novos acordos para colaborar para o desenvolvimento do Sul Global”, afirmou na cerimônia de abertura em que transferiu oficialmente a presidência da agenda para o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, até o início da próxima COP, em 2026.
Segundo ele, a medida é a espinha dorsal para o financiamento climático esperado em Baku no “mapa do caminho” para Belém. “Agora é hora de colocar o pacto em ação e mostrar que esta nova COP não será em vão”, afirmou. “US$ 1,3 trilhão é possível. É preciso ter vontade política e ação global”, acrescentou Babayev.
Iniciativas
Conforme dados do Portal Nazca, o número de atores individuais envolvidos em ações climáticas mais que dobrou em 2025, passando de cerca de 18 mil, em 2020, para mais de 43 mil, neste ano. Um aumento significativo no número de iniciativas climáticas integradas (ICI) registradas foi observado no mesmo período, de 149 para 243, “demonstrando um crescente engajamento e colaboração em ações climáticas”, de acordo com dados fornecidos pela ONU.
O Anuário de 2025, divulgado ontem, apresenta o progresso em um conjunto de indicadores socioeconômicos globais e indicadores de autodeclaração em nível de iniciativa.
“Esses indicadores visam aumentar a implementação, ao mesmo tempo que aprimoram a transparência e a comparabilidade ao longo dos anos”, acrescentou o documento, destacando seis temas: (i) energia, indústria e transporte; (ii) florestas, oceanos e biodiversidade; (iii) agricultura e sistemas alimentares; (iv) resiliência para cidades, infraestrutura e água; (v) desenvolvimento humano e social; e (vi) facilitadores e aceleradores transversais, incluindo financiamento, tecnologia e capacitação.
A agenda do dia teve outros destaques, como a Reunião Ministerial de Alto Nível sobre Governança Multinível e o evento de alto nível Beat the Heat Global Mutirão, que buscam transmitir uma mensagem de que a ação climática começa no nível local.
Tribuna Livre, com informações da Agência Estado






