Presidente da Câmara alertou para excesso de gastos do Executivo e defende a redução de desperdícios. “O Brasil não precisa de mais impostos”, afirmou
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), usou as redes sociais para enviar um recado direto ao governo do presidente Luiz Inácio da Silva nesta segunda-feira (26/5). Em tom crítico, o parlamentar contestou a condução fiscal do Executivo e se posicionou contra qualquer tentativa de aumento da carga tributária.
“O Brasil não precisa de mais impostos. Precisa de menos desperdício”, afirmou. Motta também criticou o comportamento do governo em relação aos gastos públicos. “O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. Quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor”, escreveu o presidente da Câmara, em publicação no X (antigo Twitter).
Apesar das críticas, ele destacou que a Câmara tem sido “parceira do Brasil”, ao aprovar projetos de interesse do país.
A declaração ocorreu dias após a polêmica envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na última quinta-feira (22), o governo federal publicou um decreto alterando a cobrança do tributo, que incide sobre crédito, câmbio e investimentos. A mudança provocou reação negativa entre investidores e resultou na queda da Bolsa. Na manhã seguinte, o governo voltou atrás e manteve a isenção para aplicações em fundos no exterior.
A tensão entre o Congresso e a equipe econômica tem crescido. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, responsabilizou o Legislativo por não aprovar medidas que compensem as perdas com a prorrogação das desonerações a setores da economia. Já a ministra do Planejamento, Simone Tebet, apontou que a proposta de emenda à Constituição enviada pelo governo, que ampliava os poderes do Executivo para cortar gastos, não foi aprovada.
Em meio à disputa, o governo anunciou o bloqueio de R$ 31,3 bilhões em despesas no Orçamento de 2025. A medida busca garantir o cumprimento do novo arcabouço fiscal e evitar um rombo acima do limite tolerado. Do total, R$ 10,6 bilhões foram congelados para respeitar o teto de gastos, enquanto R$ 20,7 bilhões foram contingenciados para tentar atingir a meta de deficit zero, que admite resultado negativo de até R$ 31 bilhões.
Tribuna Livre, com informações da Agência Câmara











