Naval dominou comunidades de Antares e Rola, consideradas estratégicas para a milícia da zona oeste. Ele é o chefe, após a morte de Pipito
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio identificaram que, seis dias após a morte do miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito, a maior milícia da cidade já tem um novo líder. Trata-se de Paulo David Guimarães Ferraz Silva, conhecido como Naval, por ter sido fuzileiro naval.
Segundo os órgãos, ele é considerado um homem de guerra da milícia, violento e responsável por vários homicídios. Existe a suspeita de que, em 2022, Paulo David tenha participado do homicídio de Jerômino Guimarães Filho, o Jerominho, antigo chefe da milícia Liga da Justiça.
“Após a captura do Pipito, monitoramos os movimentos da milícia e eventuais consequências”, disse João Valentim, delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), responsável pela prisão de Pipito.
As investigações da Polícia Civil do Rio apontam que, antes da morte de Pipito, Naval ajudou a reforçar a região da Carobinha, que chegou a sofrer com investidas de traficantes do Comando Vermelho, além de proteger as comunidades que já comandava, como Barbante e Vilar Carioca, de ataques da mesma facção.
Agora, Paulo David passa a dominar também as comunidades de Antares e Rola, consideradas estratégicas para a milícia da zona oeste, que eram comandadas por Pipito.
“A percepção é que se trata de uma liderança, sobretudo na comunidade do Barbante, e atuava em consórcio com o falecido de vulgo Pipito. Com a morte deste, tende a assumir o papel de unir cada vez mais os grupos armados, ainda fragmentados”, analisou Fábio Corrêa, coordenador do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio.
As investigações apontaram que Jerominho foi morto porque o então chefe da organização criminosa, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, descobriu um plano dele para retomar a liderança da quadrilha.
Segundo a Polícia Civil e a denúncia do MPRJ, Paulo David foi um dos autores da execução do miliciano e de seu amigo, Maurício Raul Atallah, em Campo Grande, em plena luz do dia.
Tribuna Livre, com informações da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio