Juiz determina internação compulsória de idosa que acumulava lixo em casa, em Mara Rosa

Oito caminhões de lixo foram retirados do imóvel A Justiça de Goiás determinou que uma idosa, de 76 anos, fosse internada após oito caminhões de lixo serem retirados da casa dela, em Mara Rosa, na região Norte de Goiás. O Ministério Público ainda solicitou à Justiça que a mulher fosse internada para tratamento psiquiátrico. Na residência, havia lixo, inseto e animais peçonhentos. A decisão do juiz da Vara das Fazendas Públicas da comarca de Mara Rosa, Francisco Gonçalves Saboia Neto, também estabeleceu que a casa da idosa pudesse ser acessada pelo município para limpeza, uma vez que as condições do ambiente colocam em risco a saúde de toda a vizinhança. Saboia informou que o município de Mara Rosa deve realizar as medidas sanitárias e descarte do lixo do imóvel, sob pena de multa de R$ 500 por dia, caso a decisão não seja cumprida. Segundo o Corpo de Bombeiros, o entulho da casa tinha mau cheiro e tinha mosquito Aedes Aegypti dentro e fora da residência. Conforme a Secretaria de Assistência Social de Mara Rosa, a idosa está recebendo suporte. O órgão disse que a mulher negava visita da própria filha, com receio de que ela retirasse os itens acumulados no local. Transtorno Após análise, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) confirmou que a idosa tem perfil e sintomas de pacientes com transtorno de acumulação compulsiva. O quadro da idosa pode ter se desenvolvido devido a uma depressão não tratada. Segundo o Creas, o transtorno faz com que a pessoa acumule diversos objetos sem necessidade. Depois que o laudo da idosa foi apresentado às autoridades, o juiz determinou a internação compulsória dela. (Foto: Divulgação/Ministério Público) Idosa, de 76 anos, acumulava lixo em no município de Mara Rosa
Polícia Federal aceita acordo de delação premiada de Mauro Cid

Termos precisam ainda ser homologados pelo MPF e pelo Supremo, mas apontam para a abertura de novas linhas de investigação no caso das jóias A Polícia Federal aceitou firmar um acordo de delação premiada com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid. A partir da admissibilidade da delação, a corporação comunica o caso ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), que precisam homologar e elaborar os termos, de acordo com fontes ligadas ao caso ouvidas pelo Correio. Mauro Cid forneceu informações suficientes, e indicou provas, que na avaliação dos investigadores, sustentam as declarações que foram feitas durante duas semanas de depoimento. Os investigadores passaram os últimos dias avaliando as oitivas do militar, os elementos apontados e novas linhas de investigação que poderiam ser abertas no caso envolvendo a venda de jóias sauditas no exterior. Uma das novidades em relação ao caso é a suspeita de negociação envolvendo imóveis por parte da família Bolsonaro nos Estados Unidos, entre o ano passado e o começo deste ano. As investigações em curso no Brasil apontam que parte das pedras preciosas sauditas doadas ao governo brasileiro foram objetos de uma operação para tentar burlar o fisco. A tentativa seria de incorporar ao patrimônio pessoal de Bolsonaro e demais envolvidos. Os objetos preciosos, repassados pelo governo da Arábia Saudita, foram apreendidos no Aeroporto de Guarulhos. Além disso, a investigação envolve outros itens de elevado valor que deviam estar no acervo do Planalto. De acordo com a legislação, os presentes deveriam ser incorporados no acervo da União, pois entregues em agenda internacional são de propriedade da República e não de uso pessoal. Um dos materiais, um relógio Rolex, de elevado padrão, foi vendido nos Estados Unidos, durante viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF identificou que o relógio foi comprado posteriormente, quando os acusados temeram que o TCU determinasse a devolução dos presentes, para que fossem guardados pela União. Um recibo que comprova a negociação de venda e compra foi encontrado e colabora com as provas que apontam a existência do esquema. Mauro Cid é um dos suspeitos de envolvimento no caso. Ele está preso e com o acordo de delação pode obter benefícios, como redução de pena e conversão da prisão em prestação de serviços comunitários, multa, entre outras ações. Procurada pela reportagem para saber se concordou com a delação, a defesa de Mauro Cid não se manifestou. (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press) Ex-ajudante de Ordens Mauro Cid em depoimento na CPI da CLDF –
RS deve ser atingido novamente por temporais, com o avanço de nova frente fria

Segundo a Climatempo, novas áreas de nuvens carregadas se formaram sobre parte do Estado e no Uruguai Depois da passagem de um ciclone extratropical sobre o litoral do Rio Grande do Sul e do Uruguai que deixou ao menos 37 mortos, além de cidades destruídas, temporais devem atingir novamente o Estado. Segundo a Climatempo, novas áreas de nuvens carregadas se formaram sobre parte do Estado e no Uruguai. No decorrer desta quinta-feira, 7, feriado da Independência do Brasil, estas nuvens se espalham sobre o Rio Grande do Sul. “A chuva mais volumosa deve ocorrer no centro-sul do Estado. No norte gaúcho e na Grande Porto Alegre, o sol até pode aparecer um pouco, mas a chuva ocorre a qualquer hora e também pode ser forte”, acrescenta a Climatempo. Segundo a empresa brasileira de meteorologia, a presença novamente de nuvens cumulonimbus impactam na possibilidade de rajadas intensas de vento. “Será em torno dos 80 km/h, como ocorreu na região de Canguçu. No entanto, as rajadas podem chegar aos 90 km/h no litoral sul.” De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão indica grandes acumulados de chuva, principalmente, no extremo sul do Estado gaúcho, com volumes que podem superar 70 milímetros em algumas áreas. Nova frente fria Para sexta-feira, 8, espera-se a formação de uma nova frente fria que vai espalhar ainda mais a chuva sobre o Sul do País. A chuva deve ser mais frequente e volumosa sobre as áreas de serra e planalto. As outras regiões podem até registrar alguns períodos com a presença do sol, ao longo do dia. O avanço desta nova frente fria vai potencializar a instabilidade e provocar acumulados de chuva de até 100 mm em parte do Rio Grande do Sul, podendo atingir as mesmas áreas impactadas pela chuva dos últimos dias, de acordo com o Inmet. “Diante disso, o Inmet alerta a população para a importância de acompanhar as atualizações da previsão do tempo e dos avisos meteorológicos especiais nos próximos dias, além de seguir as recomendações da Defesa Civil Nacional”, acrescenta o instituto. No sábado, 9, a previsão é de diminuição da nebulosidade da chuva no centro-oeste sul do Rio Grande do Sul. “Na fronteira com o Uruguai e no litoral sul nem deve chover. No entanto, a Grande Porto Alegre, a serra e o planalto e também o litoral norte do Rio Grande do Sul vão passar o sábado com predomínio de céu nublado e chuva, que pode ser forte em alguns momentos”, afirma a Climatempo. Com o afastamento da frente fria, no domingo, 10, a previsão é de que o sol já reapareça até com força sobre todo o Rio Grande do Sul. Mesmo assim, algumas pancadas de chuva com raios podem voltar a ocorrer no período da tarde e da noite na região central e oeste do Estado. (crédito: Mauricio Tonetto / Palácio Piratini) Agência Estado Governador Leite e ministros percorrem áreas atingidas por enchentes no RS –
A complexa operação de resgate para salvar homem preso em caverna na Turquia

Mark Dickey era um dos líderes de uma equipe que tentava mapear uma nova passagem na caverna quando começou a sofrer um sangramento gastrointestinal e não conseguiu mais andar. Uma enorme operação de resgate foi organizada na Turquia depois que um homem americano ficou preso em um complexo de cavernas — o terceiro mais profundo do país. Cerca de 150 trabalhadores estão atuando para resgatar Mark Dickey, de 40 anos, desde que ele ficou preso na caverna Morca, no sábado (2/7). Dickey era um dos líderes de uma equipe que tentava mapear uma nova passagem na caverna quando começou a sofrer um sangramento gastrointestinal e não conseguiu mais andar. A Federação Turca de Espeleologia disse que a operação de resgate é complexa, pois Dickey está preso a uma profundidade de 1.120 metros. Os resgatantes conseguiram levar suprimentos médicos a Dickey, incluindo bolsas de sangue para repor o que ele perdeu no sangramento e sua condição se estabilizou. Seu sangramento parou e ele estava conseguindo andar sem apoio, mas ainda precisará de uma maca para ser retirado da caverna, informou a federação em comunicado. Carl Heitmeyer, amigo de Dickey e também entusiasta da espeleologia, disse à BBC que os militares turcos assumiram a operação de resgate na quinta-feira (7/7). Eles esperavam conseguir tirá-lo da caverna até o dia seguinte. A noiva de Dickey, Jessica Van Ord, também fez parte da expedição. Ela permaneceu com ele enquanto ele estava mal, mas começou o caminho de retorno para sair da caverna quando sua condição melhorou — até a noite de quinta ela deve estar fora do complexo, disse Heitmeyer. Várias equipes de resgate de outros países, incluindo a Croácia e a Hungria, voaram para a Turquia para ajudar na operação. Mas Heitmeyer alertou que qualquer ação para libertar Dickey da caverna seria extremamente difícil. “Este resgate exigirá muitas equipes de escalada, equipes de modificação de passagem [para permitir a passagem da maca] e também cuidados médicos 24 horas por dia”, disse ele à BBC. Segundo Heitmeyer, os militares turcos conseguiram estabelecer uma linha de comunicação com Dickey e um acampamento base foi estabelecido a cerca de 700 metros da entrada da caverna. Dickey “parou de vomitar e pela primeira vez em dias até comeu um pouco”, disse Heitmeyer à BBC. Quem é o homem preso na caverna na Turquia? Natural de Nova Jersey, nos EUA, Mark Dickey é um espeleólogo com mais de 20 anos de experiência. Ele é instrutor da Comissão Nacional de Resgate em Cavernas dos EUA há 10 anos, onde dá aulas de resgate em cavernas. Ele também está listado como Coordenador do Programa de Intercâmbio Internacional da comissão. Ele participava da expedição à caverna Morca, numa parte remota do sul da Turquia, desde o final de agosto, de acordo com o Serviço Húngaro de Resgate em Cavernas, que tem ajudado na operação. A caverna é extremamente profunda e Heitmeyer disse à BBC que pode levar cerca de oito horas para “um espeleólogo experiente que conhece bem a caverna” ir da entrada ao local onde Dickey ficou doente, um acampamento mais profundo dentro do complexo. “Pode levar até 15 horas para alguém não familiarizado com a caverna chegar lá”, acrescentou, observando que as equipes de resgate terão que lidar com umidade e temperaturas de 4ºC a 6ºC. (crédito: Arquivo Pessoal) Da BBC News O experiente explorador Mark Dickey sofreu um sangramento no meio da expedição –
BC: estresse no setor financeiro global pode escalar para crise sistêmica

O Comef citou como pontos de atenção a resiliência dos núcleos de inflação e a deterioração das perspectivas fiscais nas economias centrais O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central deu bastante espaço para os riscos no cenário global na ata do seu 54º encontro, que manteve o Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em zero. O comitê afirmou que há vulnerabilidades acumuladas no setor financeiro que podem escalar para a “materialização de uma crise financeira sistêmica”. O Comef citou como pontos de atenção a resiliência dos núcleos de inflação e a deterioração das perspectivas fiscais nas economias centrais, assim como a redução de ativos comprados por BCs durante a pandemia de covid-19 e disse que se mantém “relevante” o risco de episódios de reprecificação de ativos financeiros. “Os eventos de estresse no setor financeiro mostraram que há vulnerabilidades acumuladas tanto nos bancos quanto em instituições financeiras não bancárias que podem escalar para a materialização de crise financeira sistêmica”, disse o BC na ata, ponderando que até o momento as economias emergentes têm mostrado resiliência diante do cenário externo adverso e que a exposição do sistema financeiro do Brasil ao risco cambial e à dependência do funding externo é baixa. “A transparência, previsibilidade e credibilidade na condução das políticas monetária, fiscal e macroprudencial são essenciais para mitigar os riscos sistêmicos”, completou. O colegiado ainda disse que a maior volatilidade e elevação das taxas de juros de longo prazo nas economias centrais, em especial nos Estados Unidos, e maiores incertezas em torno do crescimento na China, têm impactado as condições financeiras internacionais. “O Comitê está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais”, assegurou. “O Comitê segue entendendo que políticas macroeconômicas que aumentem a previsibilidade fiscal, que reduzam os prêmios de risco e a volatilidade dos ativos contribuem para a estabilidade financeira e, consequentemente, melhoram a capacidade de pagamento dos agentes.” Em relação às vulnerabilidades no sistema financeiro internacional, apesar do alívio no estresse do setor bancário dos EUA, o Comef alertou que algumas instituições financeiras americanas ainda enfrentam desafios na captação de depósitos e no gerenciamento de liquidez. Os eventos bancários do início do ano, conforme o comitê, aumentaram mais as condições gerais de crédito no país, mas a autarquia afirma que ainda há incerteza sobre o impacto total no crédito, que já mostra desaceleração na concessão a empresas e famílias. “A exposição de bancos médios ao setor imobiliário comercial, que continua sendo adversamente afetado pelos elevados níveis de vacância de escritórios desde a crise de covid-19, e sua importância para o crédito imobiliário em geral, seguem sendo pontos de atenção.” O BC ainda considerou que as autoridades globais têm atuado para manter a confiança nos sistemas financeiros e evitar o contágio para outras instituições e outras jurisdições, citando as medidas tomadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e por outros reguladores americanos. “Várias jurisdições mantiveram ou aumentaram seus buffers contracíclicos de capital desde o último Comef.” Sobre a China, o Comef disse que aumentou a percepção de risco de liquidez e solvência em empresas de incorporação imobiliária e que o Banco Central da China vem atuando para dar suporte à atividade econômica, que teve recuperação aquém da esperada após o fim das políticas de covid zero. “Neste cenário, e em um contexto de aperto das condições financeiras globais, foram observadas também saídas líquidas de capitais e desvalorização cambial naquele país desde o último Comef”, observou o colegiado. Brasil No cenário doméstico, o BC afirmou que o financiamento à economia real continuou desacelerando, mas disse que o principal foco de atenção ainda é o apetite ao risco das instituições financeiras na concessão de crédito às famílias e às empresas. Segundo o regulador, em relação às famílias, o ritmo de crescimento nas modalidades mais arriscadas, como cartão de crédito e crédito não consignado, permanece desacelerando. Mas o endividamento e o comprometimento de renda permanecem historicamente elevados, embora observe-se maior conservadorismo nos critérios das novas concessões. Com relação às empresas, o ritmo de crescimento do crédito também segue desacelerando, mas não se percebe alteração relevante nos critérios de concessão, segundo o BC. “O Comef avalia que é importante os intermediários financeiros continuarem preservando a qualidade das concessões, levando em conta, notadamente, a exposição total dos seus clientes junto ao Sistema Financeiro Nacional (SFN).” Em relação ao mercado de capitais, o BC afirmou que há uma progressiva retomada e que se mantém como fonte relevante de financiamento, principalmente para as grandes empresas. “Os spreads dos títulos de dívida corporativa diminuíram desde o último Comef, embora permaneçam em níveis superiores aos praticados anteriormente aos eventos ocorridos no início do ano”, disse, em referência ao rombo bilionário das Americanas. O Comef ainda disse que as provisões mantiveram-se adequadas, acima das perdas, esperadas, e que os níveis de capitalização e de liquidez do SFN continuam acima dos requerimentos prudenciais. Além disso, os resultados dos testes de estresse demonstram que o sistema segue resiliente. “O impacto mais severo continua sendo o observado no cenário de quebra de confiança no regime fiscal. Teste de análise de sensibilidade verificou que mesmo que os ativos problemáticos dobrassem em relação a seus níveis atuais, o sistema não apresentaria desenquadramentos relevantes.” – (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press) Agência Estado BC: estresse no setor financeiro global pode escalar para crise sistêmica
Festa para todas as idades no desfile de 7 de Setembro

Mais de 500 alunos da rede pública de ensino tiveram a oportunidade de se apresentar nos 201 anos da independência do Brasil. Comemoração reuniu cerca de 50 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios O tradicional Desfile Cívico de 7 de Setembro em celebração ao Dia da Independência do Brasil reuniu aproximadamente 50 mil pessoas, – segundo dados da Polícia Federal -, na Esplanada dos Ministérios nesta quinta-feira (7). A data comemora os 201 anos da independência do Brasil e contou com diversas atrações, como a apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Os desfiles de alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública de ensino do DF abriram o evento. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e a primeira-dama Mayara Noronha Rocha marcaram presença no evento, ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e de outras autoridades. Sob um forte esquema de segurança das forças locais e nacionais, as tropas militares, alunos de escolas do DF, blindados e aeronaves conduziram o desfile no Eixo Monumental sem qualquer intercorrência grave. O evento também contou com apresentação de tropas militares a pé da Marinha do Brasil, Exército e grupamentos de segurança pública do DF, como o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. Ibaneis Rocha celebrou a importância da comemoração para Brasília. “Hoje é uma data muito importante e um momento histórico, quando comemoramos os 201 anos da Independência do Brasil. É uma festa que reforça o nosso papel como capital de todos os brasileiros, que reúne um pouco de cada canto desse país”, afirmou o governador. Para o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, a tranquilidade do desfile cívico-militar é fruto de um cuidadoso planejamento, pensado com bastante antecedência. “Desde junho, temos feito diversas reuniões com órgãos vinculados à segurança pública, distritais e federais – GSI [Gabinete de Segurança Institucional], MP [Ministério Público], CMP [Comando Militar do Planalto], Abin [Agência Brasileira de Inteligência], Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, Detran [Departamento de Trânsito do Distrito Federal]. A gente viu uma integração muito grande, uma consciência geral de que esse evento representa uma virada de chave, uma retomada à normalidade”, comentou. “Tivemos a preocupação grande de garantir a segurança não só das autoridades, mas sobretudo da população aqui presente.” Ao todo, 533 alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal participaram do desfile. A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, ressaltou a importância de proporcionar aos alunos da rede a experiência de se apresentarem no evento que celebra a independência do país. “Trouxemos estudantes de Samambaia e do Paranoá, crianças que muitas vezes estão conhecendo a Esplanada dos Ministérios. A independência do Brasil é uma data emblemática, que ensina muito sobre o respeito aos símbolos da Pátria. As crianças aprendem na escola sobre o período em que o Brasil deixou de ser colônia e passou a ser um país independente de Portugal. Então, o desfile é como um fechamento de tudo que elas aprenderam, uma possibilidade de vivenciarem esse momento junto com o GDF e as Forças Armadas”, defendeu. Hidratação em dia A Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) esteve presente para fornecer água potável para quem assistiu e participou dos desfiles. A empresa disponibilizou cerca de 30 mil litros de água pelos 24 pontos de apoio distribuídos pela Esplanada dos Ministérios. Quem trabalhou no evento também pôde manter a hidratação em dia. Cinco mil copos de água envasada foram distribuídos a militares e civis em serviço durante o evento e também às autoridades. Brasília Monumental Para oferecer o melhor da gastronomia aos espectadores do desfile de 7 de Setembro, o evento Brasília Monumental reúne 20 restaurantes da cidade com pratos exclusivos, entre 11h e 19h30, no Eixo Cultural Ibero-americano. A programação do evento também conta com shows, Arena Gamer e parque de brinquedos infláveis. Com realização da Associação Amigos do Futuro em parceria com a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, o evento, 100% coberto, conta com a participação de restaurantes como Café Club Brasil, Flat Iron, Grande Muralha, Casa de Mainha, Geleia, Pudim dos Anjos e Xamam, com pratos custando a partir de R$ 30. | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Ibaneis Rocha ressaltou o trabalho conjunto das forças de segurança distrital e federal
Planejamento garantiu a segurança nas comemorações do Dia da Independência

Evento ocorreu de forma pacífica e trânsito na Esplanada já foi liberado O Protocolo de Operações Integradas (POI) para o desfile cívico-militar foi colocado em prática nesta quinta-feira (7), que ocorreu de forma pacífica e poucos registros de ocorrências. O documento foi elaborado a partir de reuniões de alinhamento, que contaram com a participação de representantes de órgãos federais e locais e com levantamentos de inteligência, sob a coordenação da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF). Toda a região da Esplanada dos Ministérios foi monitorada por meio de imagens de câmeras, drones e informações enviadas ao Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob). O alto-comando da segurança pública do Distrito Federal e representantes de órgãos federais estiveram no local, por meio do Gabinete de Mobilização Institucional. A formação do gabinete foi publicada no Diário Oficial do DF (DODF). Além do reforço do policiamento em toda região central, intervenções foram feitas no trânsito, antes mesmo do desfile, a partir das 21h de quarta-feira (6), com o fechamento da Esplanada dos Ministérios para circulação de veículos. As vias já foram liberadas. O acesso à Praça dos Três Poderes continuará restrito, devido a eventos previstos para a próxima semana. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, esteve no Ciob e agradeceu o empenho de todos. “Agradeço a participação e dedicação de todos e o acompanhamento de toda operação. O sucesso desta ação é devido à colaboração de todos.” O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, e equipe de gestores da pasta acompanharam de perto a operação, desde as primeiras horas da manhã. “Elaboramos um material detalhado, com previsões de diferentes cenários, mas o que percebemos hoje foi uma celebração pacífica e com muitas famílias prestigiando”, afirmou Avelar. “Estamos nos preparando há cerca de três meses e a festa bonita de hoje é resultado da dedicação de todos os envolvidos. Não posso deixar de parabenizar a todos, em especial nossas forças de segurança”, completa o secretário. Para o chefe de gabinete do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o promotor de Justiça Nísio Tostes, a organização do evento foi exemplar. “O evento foi conduzido perfeitamente, com efetivo muito bem-aplicado. Só temos que parabenizar a Secretaria de Segurança Pública e todos os órgãos envolvidos, pelo exemplo de integração”, pontua. Foram registrados seis furtos, sendo cinco celulares e um veículo. Linhas de revistas foram distribuídas em escadarias dos ministérios, assim na via S1 e lateral da Catedral. Policiais militares conduziram duas pessoas à 5ª Delegacia de Polícia por importunação sexual. Os militares recuperaram os cinco celulares que haviam sido furtados. As ações desenvolvidas pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) ocorreram conforme o planejado. O Detran realizou o controle de tráfego nas vias S2, S3 e L2 Sul, além do acesso pela via L4 Sul. Houve a necessidade de realizar a remoção de dois veículos que estavam estacionados no perímetro de segurança sem autorização. Agentes do Detran atenderam, ainda, uma ocorrência de sinistro de trânsito ocorrido na via presidencial, onde um veículo capotou na madrugada. O veículo foi removido ao depósito. O Corpo de Bombeiros Militar do DF realizou 19 atendimentos sem gravidade, de pessoas que se sentiram mal, como dor de cabeça, reação ao calor e tontura, por exemplo. Outras duas pessoas foram encaminhadas ao Hospital de Base por mal súbito e dores nas costas. Para facilitar a atuação, as forças de segurança tiveram como base a estrutura da Cidade Policial, montada ao lado do Museu da República. O local serviu como ponto de apoio aos agentes de segurança e abrigou os comandos móveis das corporações. *Com informações da SSP-DF | Fotos: Divulgação/SSP-DF As forças de segurança tiveram como base, no evento desta quinta-feira (7), a estrutura da Cidade Policial, montada ao lado do Museu da República
7 de Setembro: Brasilienses aproveitam o dia longe da Esplanada

Brasilienses e turistas aproveitaram o dia longe da Esplanada. Cartões portais como o Lago Paranoá, Parque da Cidade e a Funarte Preferindo a tranquilidade e paisagem dos cartões postais de Brasília, moradores da várias regiões do Distrito Federal saíram de casa bem cedinho para visitar a Orla do Lago, o Parque da Cidade e o evento Brasília Monumental. Érika Gezini, 49 anos e André Leite, 32, moradores de Santa Maria chegaram cedo na Orla com a cadela yuuki para aproveitar a água e acompanhar a esquadrilha de fumaça do 7 de Setembro. “Aqui a gente consegue acompanhar a esquadrilha longe do tumulto e aproveita toda a beleza da orla e curte a natureza”, destaca Érika. Moradora do Itapoã, a Gilvanete dos Santos Souza, 30 anos, e a família dela também escolheram a Orla para passar o feriado e fazer um churrasco. “Lugar excelente para aproveitarmos nosso feriado e comer um churrasco em família e comemorar o 7 de Setembro, mesmo longe da Esplanada”, disse. No Parque da Cidade, a Kelliane Pereira, 37, saiu de São Sebastião com as três filhas para descansar no parque e fugir do tumulto da Esplanada dos Ministérios. “Tumulto não dá, o feriado pede calma e tranquilidade, preferi o aconchego da natureza, com minhas filhas”. Brasília Monumental Do litoral de São Paulo, o casal Jennifer Santos, 42, e Victor Felipe, 42, chegaram em Brasília nesta quinta-feira (7), ao lado dos amigos, Amanda Ávila, 44 e Rodrigo Oliveira, 46. Pela primeira vez na capital, o quarteto não conseguiu chegar em tempo de ver o desfile e foi direto aproveitar o evento do Brasília Monumental. “Chegamos quando o desfile estava terminando, mas não vamos perder tempo, iremos curtir todos os cartões postais da cidade e aproveitar bem o 7 de Setembro na capital do país”, destacou Jennifer. (crédito: Laezia Bezerra/CB/D.A/Press) De Praia grande, litoral de São Paulo, quarteto de amigos curtem o 7 de Setembro na capital federal –
Volta para casa: movimentação intensa na Rodoviária do Plano Piloto

A longa fila para comprar o ticket do metrô cruzou a estação e alcançou as escadas do local. O tempo de espera, porém, não passava dos cinco minutos Com o fim do desfile do 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, muitos espectadores se deslocaram para a Rodoviária do Plano Piloto a fim de retornarem a suas casas. O vai e vem de pessoas até engana quem se acostumou ao pouco movimento no centro da capital em dias de feriado. No metrô, a longa fila para comprar o ticket cruzou a estação e alcançou as escadas do espaço. O tempo de espera, porém, não passava dos cinco minutos. A dentista Karen Coutinho, 26, mora em Águas Claras e estava na fila do metrô aguardando para comprar o seu ticket. Ela voltava do desfile com a família e não se surpreendeu com a quantidade atípica de pessoas na estação. “Imaginei que estivesse cheio mesmo, devido à quantidade de gente no evento”, comentou. Para ela, a celebração foi bastante agradável e dentro do que esperava. “Daqui a uns vinte minutos chegarei em casa e poderei descansar”, disse. Já o casal Isabela Matos, 20, e João Vinícius, 24, esperavam o ônibus para o Guará há cerca de dez minutos. Vieram de carro de aplicativo para a Esplanada dos Ministérios, às 7h30 e, entre o coletivo e o metrô, optaram pela primeira opção para retornar. “O ônibus normalmente não demora para chegar aqui e passa em frente a nossa casa, então, é mais acessível”, comentou João, que é servidor público. A “viagem”, segundo o casal, dura 40 minutos. Isabela lamentou o atraso da linha: “já está demorando um pouco”. Érica Lemos, 50, estava perdida entre as filas de ônibus da plataforma A. Desejando chegar em casa, no Paranoá, ficou cerca de dez minutos na fila para a condução rumo à Vila Planalto. “Poxa, a (fila) do Paranoá está muito longa”, queixou-se, ao encontrar o local correto para esperar o transporte. Segundo a mulher, que chegou às 7h40 na Esplanada para assistir ao desfile, esse ônibus demora cerca de meia hora para chegar na Rodoviária e mais 30 minutos para chegar a sua casa. Reforço A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) determinou, na última quarta-feira (6/9), o reforço de 120 coletivos para a Rodoviária do Plano Piloto. A medida vai viabilizar o transporte para o desfile em comemoração a independência do Brasil, em 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios. As linhas terão viagens extras a partir das 6h, sentido Plano Piloto, e das 10h às 13h, para as regiões administrativas. Ao todo, serão mais 20 ônibus da Piracicabana, 30 da Pioneira, 30 da Urbi, 20 da Marechal e mais 20 da São José. (crédito: Letícia Mouhamad/CB/D.A Press) Movimentação intensa na volta para casa –
Mais de 1,3 mil pinheiros condenados já foram retirados do Parque da Cidade

Árvores não são nativas do Cerrado e apresentavam risco de queda; local receberá projeto original de Burle Marx. Troncos armazenados no Viveiro II da Novacap serão leiloados A operação de retirada dos pinheiros do Parque da Cidade já contabiliza a extração de mais de 1.350 árvores em um mês de trabalho. Cerca de 50 pessoas atuam diariamente na supressão, remoção de troncos e de lenha, transportando o material por meio de seis carrocerias. A área da retirada é equivalente a 6,2 hectares, ou seja, de aproximadamente seis campos de futebol oficiais. Os pinheiros cortados desde 3 de agosto têm sido armazenados no Viveiro II da Novacap, no Setor de Oficinas Norte, próximo à Água Mineral. De acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), os 6.126,46 m³ de madeira retirados seguirão para leilão público. A retirada dos pinheiros visa à segurança da população que frequenta o parque e também tem caráter de adequação ambiental. De acordo com o engenheiro florestal da Novacap Leonardo Rangel da Costa, muitas daquelas árvores, que possuem em média 27,7 metros de altura, apresentam risco de queda, rachaduras, buracos, ferimentos, fungos, brocas, cupins, entre outros problemas. “Nossa preocupação é entregar o parque com segurança para a população”, explica o engenheiro. “As árvores já estavam em declínio da sua vida. Era um local agradável, mas, devido ao risco de acidentes, a solução é a retirada desses pinheiros.” Segundo os técnicos, os pinheiros haviam sido plantados com a previsão de durar 20 anos no local, e muitos possuem 40 anos. Além disso, não são árvores típicas do Cerrado, apresentando, portanto, impacto negativo sobre outras espécies. Restauração da flora Segundo maior parque urbano do mundo, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek terá o projeto original, criado pelo paisagista Roberto Burle Marx, retomado, com base em estudos técnicos junto ao Instituto Brasília Ambiental. A proposta será colocada em prática após a supressão dos 1.628 pinheiros da área do bosque, localizado entre os estacionamentos 4 e 5. Após toda a retirada, será feito um plantio de espécies do Cerrado nos locais designados. Fernando Salgueiro, 61 anos, que pedala no Parque da Cidade todos os dias desde 1989, elogia a iniciativa. “Aqui estava perigoso com os pinheiros caindo, inclusive para as pessoas que ficavam na área das churrasqueiras”, aponta. O ciclista acrescenta que a retirada vai abrir espaço para o replantio de árvores com sombra. “O parque precisa, aqui é o Cerrado de Brasília”, define. | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Árvores retiradas estão sendo levadas para o Viveiro II da Novacap
Eventos no agro, na arte e no cinema animam Brasília no fim desta semana

De quinta (7) a domingo (10), secretarias de Cultura e Economia Criativa e de Turismo incentivam shows, mostras e muitas opções de diversão. Confira! Na Galeria Rubem Valentim, o Espaço Cultural Renato Russo apresenta a exposição Pele, Barro, Pedra, Grafite, Rio. O projeto realiza exposições individuais simultâneas de cinco artistas – Fiamma Viola, Isabela Joachims, Lea Juliana, Marianne Nassuno e Triz de Oliveira Paiva – visando aprofundar as narrativas de cada um. Cinema Para conferir os trailers e a programação completa é só acessar o site. Na quinta-feira (7) um dos destaques é Vento na Fronteira, de Laura Faerman e Marina Weis, sobre a resistência feminina de uma comunidade indígena frente ao agronegócio na fronteira do Brasil com o Paraguai. Também é destaque o longa A Invenção do Outro de Bruno Jorge, que traz um dos últimos registros do indigenista Bruno Pereira, morto em 2022 ao lado de Dom Philips por questões ligadas ao direito à terra indígena e ao combate ao garimpo ilegal. Na sexta-feira (8) os destaques são dois filmes: Amazônia, a nova Minamata?, de Jorge Bodanzky, sobre a luta do povo Munduruku contra o garimpo que contamina seus rios e alimentos; e O Sonho Americano e Outros Contos de Fadas, da sobrinha-neta de Walt Disney e ativista Abgail Disney e Kathleen Hughes, sobre a crise da desigualdade americana. No sábado (9), a produção americana Filhos do Katrina, de Edward Buckles Jr., e a coprodução entre EUA e Quênia, Free Money, dirigida por Lauren DeFilippo e Sam Soko se destacam. O primeiro por investigar os limites da devastação ambiental com os prejuízos deixados pelo furacão Katrina, que devastou New Orleans em 2005. O segundo por abordar as consequências de um experimento socioeconômico de renda básica universal (RBU) na aldeia queniana de Kogutu. No domingo (10), os longas Exu e o Universo, de Thiago Zanato, e Amor e Luta em Tempos de Capitalismo, de Basile Carré-Agostini, estão em exibição na tela do cinema. O título brasileiro trata da descolonização do pensamento e fortalecimento do legado Iorubá pelo mundo. Já o francês conta a história de um casal de sociólogos especialistas há mais de cinco décadas em temáticas da desigualdade frente ao acúmulo dos ultrarricos. Complexos Culturais Nesta quinta (7), o Complexo Cultural de Samambaia traz uma Oficina de Capoeira. O espaço também apresentará a peça musical Clássicos do Cinema, às 11h, com entrada franca. O Festival Ouço Vozes também ocorre no Complexo Cultural de Samambaia, sábado (9) e domingo (10), com atividades ligadas à culturas suburbanas em Samambaia. Envolverá música, circo, literatura, cinema, graffiti e manifestações de rua de forma geral. E no sábado (9), o Complexo Cultural de Planaltina recebe o Miss Continente Planaltina 2023. O Cine Brasília exibe a 12ª Mostra Ecofalante de Cinema, com filmes pautados por questões socioambientais, com entrada franca para todas as sessões.
A rede de tráfico humano que promete emprego a cubanos os leva para lutar pela Rússia na Ucrânia

O governo de Cuba denunciou uma rede dedicada ao tráfico de cubanos para enviá-los para a frente de batalha na Rússia. Cidadãos cubanos estão sendo convidados a viajar para a Rússia, mas acabam sendo obrigados a lutar na Ucrânia. A denúncia foi feita esta semana pelo governo cubano, que alegou ter desmantelado uma quadrilha de tráfico de pessoas que se dedicava a levar cubanos à Rússia para forçá-los a atuar como soldados na guerra na Ucrânia. “O Ministério do Interior detectou e está trabalhando para neutralizar e desmantelar uma rede de tráfico de humanos que opera a partir da Rússia para incorporar cidadãos cubanos que ali vivem, e mesmo alguns de Cuba, nas forças militares que participam em operações de guerra na Ucrânia”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Cuba. O governo indicou que não promove a participação de cubanos em ações militares no conflito entre a Ucrânia e a Rússia. “Cuba não faz parte do conflito de guerra na Ucrânia. Está agindo e atuará com vigor contra qualquer pessoa, do território nacional, que participe em qualquer forma de tráfico de pessoas para fins de recrutamento ou mercenarismo para que os cidadãos cubanos utilizem armas contra qualquer país”, acrescenta a nota. A declaração do governo cubano foi emitida depois que vários jovens cubanos denunciaram nas redes sociais que foram enganados e levados à Rússia para participarem no conflito. As denúncias, publicadas em diversos meios de comunicação locais e internacionais, estavam relacionadas com vídeos realizados pelos jovens Andorf Velázquez García e Alex Vegas Díaz. Os jovens relataram que foram levados de Cuba para a Rússia com a promessa de trabalhar como pedreiros, mas uma vez lá foram levados para áreas de recrutamento militar. “Nos fizeram assinar alguns documentos e prometeram salário e comida em troca de um emprego, mas a verdade é que nos levaram para trabalhar na zona de guerra”, disse Velázquez à rede de televisão América TeVe. “Estamos numa cidade que não conhecemos, numa situação em que não queremos estar”, disse o jovem. A BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, contatou Mario Velázquez, pai de Andorf Velázquez que mora no México, mas ele não quis dar entrevista. Até o momento não há informações oficiais do governo russo sobre a presença de soldados cubanos em suas tropas. Mas no mês de maio soube-se que vários cubanos residentes na Rússia se tinham alistado no Exército russo. O governo de Moscou ofereceu cidadania aos estrangeiros que se alistassem e às suas famílias. Como a Rússia não exige visto de turista para a entrada de cubanos, há uma comunidade crescente no país. Em 2019, entraram 28 mil cubanos no país, embora não se saiba quantos deles estão permanentemente em solo russo. De pedreiros a soldados Em maio, o portal de notícias russo Ryazan Gazette informou que os cubanos combatendo em território ucraniano. Segundo a imprensa russa, os cubanos iriam receber um pagamento único do governo de Moscou e da província de Ryazan, onde estavam os soldados, de cerca de US$ 5 mil. Ryazan está localizada a cerca de 230 quilômetros ao sul de Moscou e várias bases militares operam lá. No início desse mês, o presidente russo, Vladimir Putin, emitiu um decreto que concede rapidamente a cidadania russa a estrangeiros que participem da campanha militar na Ucrânia. O dispositivo presidencial estabelece que para adquirir a cidadania russa por via expressa os estrangeiros devem assinar um contrato de prestação de serviço militar por um ano. Mas as denúncias feitas pelos jovens ganharam mais destaque nos últimos dias, sobretudo porque elas apontam que eles foram levados para a Rússia acreditando em mentiras. Velázquez destacou que, assim que chegaram à Rússia, foram submetidos a exames médicos para serem levados ao regimento militar. No entanto, como disseram familiares de Velázquez a diversos meios de comunicação, o jovem só não foi recrutado porque só possui um rim. Outros cubanos que acompanharam Velázquez na viagem, mas que não revelaram a sua identidade, disseram que foram enganados. Seus contratos eram para trabalhar na remoção de escombros em cidades russas afetadas pela guerra, mas eles acabaram recrutados para o Exército. Eles dizem que havia cerca de 18 cubanos na mesma situação. Familiares dos jovens cubanos indicaram que duas mulheres, uma delas de nacionalidade russa, convenceram os jovens a assinar o contrato — que não estava escrito em espanhol — e depois os obrigaram a viajar. “A mulher nunca realmente explicou o que seria o trabalho, e agora meu sobrinho não sabe o que fazer em uma cidade onde não conhece ninguém e onde não se fala a língua dele”, disse Mayein Leyva, tia de Velázquez . “Meu filho foi enganado como muitos outros jovens que foram enviados pelo governo para a guerra”, disse Mario Velázquez em 26 de agosto em sua página no Facebook. Mercenários lutando pela Rússia Este não é o primeiro caso conhecido de tentativa de recrutar combatentes estrangeiros para ajudar o exército russo na sua campanha na Ucrânia. Além do conhecido Grupo Wagner, que opera na Rússia como força paramilitar em algumas zonas da Ucrânia e noutras partes do mundo, também foi detectada a presença de unidades com soldados de outros países. Há também muitos soldados estrangeiros que lutam voluntariamente por Kiev. De acordo com uma reportagem do Serviço Russo da BBC, no ano passado descobriu-se que o Kremlin, por meio do Grupo Wagner, estava recrutando sírios para lutarem na Ucrânia. Dezenas de pessoas em toda a Síria — país que é devastado por guerra civil — manifestaram interesse em lutar do lado russo, informou a BBC Rússia. Segundo o Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW), em março de 2022 o Kremlin tinha intenção de receber “16 mil combatentes do Oriente Médio” na Ucrânia. Em junho, foi noticiada a morte de um cidadão iraquiano que lutou como integrante do Grupo Wagner na Ucrânia. Até agora não se sabe se cidadãos de outros países latino-americanos foram recrutados para fazer parte da invasão russa da Ucrânia. No campo diplomático da América Latina, Moscou sempre