Relatório técnico-ambiental considera a atividade da empresa
“potencialmente poluidora”
(Foto: Defesa Civil)
A Secretaria de Meio Ambiente (Semma) de
Aparecida de Goiânia multou a empresa Goiás Asfaltos em R$ 400 mil. Isso,
porque, no dia 10 de novembro deste ano, um tanque de massa asfáltica utilizado
pela usina explodiu e causou o vazamento de um óleo que contaminou o córrego
Almeida. Além da poluição, o incidente gerou reclamações de mau cheiro por
moradores de vários bairros do município.
A punição teve como base um relatório técnico-ambiental
apresentado pela Semma nesta terça-feira (6). O documento mostra todo o dano da
fauna e da flora provocado pelo acidente, bem como considera a atividade da
empresa “potencialmente poluidora”.
O coordenador da Defesa Civil de Aparecida,
Juliano Cardoso, avaliou que houve omissão da empresa após a falha mecânica que
provocou o derramamento de óleo. “No momento da operação, toda e qualquer
empresa precisa ter profissionais habilitados para operar o equipamento e
também agir nas contingências, o que não ocorreu. A empresa deveria ter
trabalhado para cessar o incidente e comunicar os órgãos ambientais sobre o
ocorrido.”
Além de pagar multa, a Goiás Asfaltos deverá
reparar os danos provocados, por meio da retirada do solo contaminado e
drenagem no leito do rio para retirada da crosta formada pelo derramamento do
produto. Além disso, a empresa também deverá apresentar relatórios técnicos
durante um período de seis meses, e cuidar de outros possíveis danos, caso
venha a ocorrer morte de animais ou algum problema de saúde a algum humano, por
exemplo.
A Defesa Civil informou, ainda, que começará
um trabalho educativo, a fim de identificar outros locais que operam nas mesmas
condições, para que incidentes como esse não aconteçam novamente.
Secretário da Semma, Cláudio Everson relembrou
que uma fiscalização feita após o explosão mostrou que a Goiás Asfaltos não
tinha licença para funcionar e, por isso, segue interditada. A empresa dividia
área com outra companhia, chamada Pedreira Araguaia, mas segundo o município,
apenas esta segunda tem autorização para operar.
A Pedreira onde fica a usina de asfalto não
foi penalizada, contudo, poderá responder solidariamente, já que abrigava a
empresa não licenciada.
Relembre vazamento que contaminou córrego
Os habitantes mais afetados pela situação
relatam que o odor começou por volta das 3h da manhã do dia 10 de novembro.
Algumas pessoas passaram mal com o gás que estavam inalando. Situação mobilizou
cerca de cinco equipes do Corpo de Bombeiros e servidores da Agência Municipal
de Meio Ambiente (Amma).
O óleo contaminou o solo na região e queimou a
carroceria e os pneus de um caminhão. À época, a Defesa Civil explicou que as
substâncias presentes na produção de massa asfáltica, como enxofre e
nitrogênio, podem ter sido liberadas após a explosão, entretanto, nenhum gás
tóxico foi detectado.