A empresária foi indiciada por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil, que
impossibilitou a defesa da vítima
Empresária que atropelou e matou mulher após briga em
Goiânia tinha ciência do ato. (Foto: Reprodução – Redes sociais)
A empresária e digital influencer Murielly Alves da Costa,
que atropelou e matou uma mulher após discussão em uma distribuidora em
Goiânia, vai a júri popular. O crime aconteceu no dia 21 de abril de 2022 e
vitimou Bárbara Angélica Barbosa. A acusada está presa desde o ocorrido.
A decisão sobre o júri foi assinada pelo juiz Eduardo Pio
Mascarenhas da Silva, da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida e
Tribunal do Júri. Ainda não há data estipulada para o julgamento. O magistrado
também manteve a prisão preventiva da ré e recusou o pedido de prisão
domiciliar feito pela defesa.
Murielly Alves foi indiciada por homicídio duplamente
qualificado por motivo fútil, que impossibilitou a defesa da vítima. Além
disso, também foi indiciada por tentativa de homicídio, já que também atropelou
Kamyla Lima, esposa de Bárbara.
Relembre
Segundo consta nos autos, o crime ocorreu no dia 21 abril
deste ano, no Jardim Pompeia, na região Leste da capital. De acordo com a
denúncia feita pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), as vítimas Bárbara e
Kamyla estavam na distribuidora com amigos quando a empresária chegou no local
e começou a provocar os clientes. Na ocasião, a influencer agrediu o filho do
dono do estabelecimento.
As vítimas, juntamente com outras pessoas, tentaram conter a
empresária, gerando, assim, uma nova discussão.
Durante a briga, Kamyla jogou um copo com cerveja na cabeça
da acusada e atravessou para o outro lado da rua com a esposa. Murielly, então,
entrou no carro e jogou o veículo contra o casal.
Kamyla foi atropelada e arremessada contra um açougue, mas
sobreviveu. Bárbara, no entanto, tentou tirar a chave da ignição do carro.
Neste momento, conforme os autos, a empresária conseguiu dar ré e atingiu a
vítima, prendendo-a contra uma pilastra. A mulher morreu ainda no local.
A empresária foi localizada e presa horas após o crime, na
cidade de Nerópolis, na região Metropolitana de Goiânia.
Transtorno bipolar, depressão e alcoolismo
No mês de outubro, um laudo da Polícia Técnico-Científica
apontou que a empresária faz uso de medicação para tratar alcoolismo, depressão
e transtorno bipolar. O documento sinalizou que a acusada tomou remédio para
epilepsia até os 5 anos de idade.
O laudo apontou, ainda, que Murielly tinha visão clara das
vítimas antes de atropelá-las. O documento, assinado pela junta médica do TJGO,
também demonstra que a mulher sofre de transtorno de personalidade, mas tem
plena consciência dos atos.