O Chefe do Estado-Maior do Sudeste afirmou que os militares envolvidos no furto de armas serão em breve submetidos à prisão preventiva.
Ao menos 20 militares serão responsabilizados na esfera administrativa pelo furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo. O Comando Militar do Sudeste provavelmente solicitará à Justiça Militar, nos próximos dias, a prisão dos suspeitos.
O general Maurício Vieira Gama, Chefe do Estado-Maior do Sudeste, declarou neste domingo (22/10) que “brevemente, militares serão submetidos à prisão cautelar com autorização da Justiça. Isso deve ocorrer em breve com os indícios que nós temos.” De acordo com ele, oficiais, sargentos, cabos e soldados estão na lista de suspeitos de terem cometido transgressões na esfera administrativa para facilitar o furto das armas.
O general acrescentou: “Nós tínhamos em torno de 20 militares, mas à medida que isso está sendo revisto e apurado, outros militares podem entrar nessa relação de apuração na esfera disciplinar.” A penalidade para tais transgressões pode resultar em até 30 dias de prisão disciplinar.
Até o momento, 17 das 21 metralhadoras foram recuperadas pelas polícias de São Paulo e do Rio, sendo nove em São Roque, interior de São Paulo, e oito em Gardênia Azul, uma comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro. No entanto, quatro metralhadoras de calibre .50 ainda estão desaparecidas, sendo capazes de derrubar aeronaves.
O general declarou: “É um episódio inaceitável da nossa parte e temos total interesse em esclarecer os fatos no mais curto prazo possível.”
Até o sábado (21/10), 160 militares estavam aquartelados no Arsenal de Guerra em Barueri para colaborarem com as investigações. Parte da tropa foi liberada, restando agora 45 militares que permanecem no quartel.
O general explicou que esses militares não necessariamente cometeram crimes, mas negligenciaram na esfera administrativa, contribuindo para o crime. A apuração de crimes está sendo conduzida pelo inquérito policial militar.
O furto das armas ocorreu entre os dias 5 e 8 de setembro e foi descoberto em 10 de outubro durante uma inspeção no quartel. As metralhadoras, incluindo 13 de calibre .50 e oito de calibre 7,62, capazes de perfurar veículos blindados, teriam sido destinadas para venda ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao Comando Vermelho (CV), segundo informações da Inteligência. No entanto, ambas as facções teriam rejeitado as armas devido à falta de peças e ao estado de conservação.
Tribuna Livre, com informações da PCSP