Ele propugna pela retirada da Argentina do Mercosul, o encerramento do banco central do país e a adoção do dólar como moeda oficial. Além disso, declarou que, se eleito, cortará laços com o Brasil devido à sua visão de Lula como um líder comunista.
Membros da coalizão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da oposição utilizaram as redes sociais para discutir as eleições presidenciais na Argentina, realizadas no domingo, 22. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), manifestaram apoio a Javier Milei, um candidato adepto da ideologia libertária. Milei defende a saída da Argentina do Mercosul, o fechamento do banco central do país e a adoção do dólar como moeda oficial. Ele também anunciou que, se eleito, romperá relações com o Brasil devido a sua percepção de Lula como comunista.
“Eu Milei, tu Milastes, ele Kirchinou, nós Milamos, Vós Milastes, eles Kirchinaram. Argentina Libre!” – Ciro afirmou em uma rede social, indicando apoio ao candidato Javier Milei e crítica ao kirchnerismo, que é composto pelo ex-presidente Néstor Kirchner e a atual vice-presidente Cristina Kirchner, que apoiam o candidato governista Sergio Massa.
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-ministro da Justiça na gestão Bolsonaro, defendeu o voto contra Massa, que conta com o apoio do atual presidente argentino, Alberto Fernandéz. Moro destacou que Milei e Patricia Bullrich (candidata do grupo liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri) “representam a oportunidade para dizer adeus ao kirchnerismo”. Massa é um político associado ao peronismo, assim como a família Kirchner.
Milei já recebeu apoio do próprio Bolsonaro, e um grupo de 69 deputados bolsonaristas preparou uma carta que será entregue a ele no dia das eleições, criticando o presidente Fernández, um dos principais aliados de Lula na América Latina. Eles citam a alta inflação e tentam relacionar a esquerda argentina a regimes autoritários. A carta será entregue pessoalmente pelos deputados Rodrigo Valadares (União-SE), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Deputados alinhados à base de Lula, como Rogério Correa (PT-MG), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), compartilharam um vídeo que compara Milei a Bolsonaro, mas não declararam apoio a nenhum candidato. Jandira comentou: “Se eleito, será uma tragédia para o país, tão grande quanto foi o inelegível no Brasil.”
Milei é um crítico fervoroso de Lula e já o chamou de presidiário, ladrão e comunista, prometendo cortar relações com o Brasil se eleito.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB-RJ), manifestou apoio a Massa, afirmando que ele “foi um excelente presidente da Câmara dos Deputados e tem desempenhado um papel crucial como Ministro da Economia, apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas pela Argentina.”
O governista Sergio Massa é o candidato mais próximo do governo brasileiro, uma vez que Lula é um aliado declarado do atual presidente argentino, Alberto Fernandéz. O Brasil chegou a trabalhar para liberar um empréstimo de US$ 1 bilhão para a Argentina, por meio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Essa estratégia fortalece a candidatura de Massa no pleito.
Independentemente do resultado das eleições argentinas, Lula já manifestou a intenção de manter as relações com o país vizinho. “Nas eleições, o Brasil, como um Estado, negociará com o Estado argentino, independentemente do presidente eleito”, afirmou em uma coletiva de imprensa em agosto, após uma cúpula do Brics.
Tribuna Livre, com in formações da agência Estado