Na semana anterior, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) fez a solicitação no âmbito do Inquérito Policial Militar (IPM) responsável pela investigação do crime.
A Justiça Militar em São Paulo rejeitou a ordem de prisão para seis militares suspeitos de envolvimento no roubo de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo, localizado em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. O pedido foi feito na semana passada pelo Comando Militar do Sudeste (CMSE), no âmbito do Inquérito Policial Militar (IPM) que está investigando o incidente. O Exército está preparando novos pedidos de busca e prisão no IPM.
Entre os suspeitos, está o cabo Vagner Tandu, que exercia a função de motorista do comandante da unidade, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, que foi afastado de suas funções por ordem do comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. As impressões digitais do suspeito foram encontradas na reserva de armas, porém o Ministério Público Militar (MPM) não considerou essa evidência suficiente e se manifestou contra as prisões.
Como motorista do coronel, Tandu poderia sair do arsenal dirigindo o veículo do oficial sem ser revistado. Agora, o CMSE está buscando fortalecer as provas para concluir o IPM e está focando nos computadores e celulares descobertos na residência de Messias Barbosa de Pádua, conhecido como Velho, de 60 anos. Velho seria o líder do tráfico na Vila Galvão, onde o Exército, com apoio da Polícia Militar, realizou buscas e apreensões na última terça e quarta-feira. Os civis envolvidos no caso também devem enfrentar processos na Justiça Militar. O Exército não descarta a possibilidade de realizar novas buscas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Velho teria ordenado que cinco das metralhadoras, entre as quais cinco de calibre .50 e quatro de calibre 7,62 mm, fossem devolvidas ao Exército entre a noite do dia 20 e a madrugada do dia 21. Essas armas teriam sido oferecidas a Velho, que, segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), é suspeito de ter conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
As armas teriam sido oferecidas e entregues até a Vila Galvão por Jesse Marques Fidelix, conhecido como Capixaba, identificado como intermediário entre os militares que furtaram as metralhadoras e os criminosos do PCC e do Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.
Foi em um carro supostamente pertencente a Jesse, estacionado na Avenida Lúcio Costa, na zona oeste do Rio, que policiais do Rio de Janeiro e do Comando Militar do Leste (CML) encontraram, no dia 1º de novembro, mais duas metralhadoras Browning calibre .50 e um fuzil FAL calibre 7,62 mm. Anteriormente, em 19 de outubro, na favela Gardênia Azul, também na zona oeste do Rio, policiais haviam recuperado outras quatro metralhadoras Browning .50 e quatro MAG 7,62 mm. Essas armas também teriam sido oferecidas por Capixaba ao CV, que não as aceitou por estarem em condições inutilizáveis. De fato, o CMSE informou que as metralhadoras foram devolvidas ao Arsenal de Guerra devido aos defeitos que inviabilizavam o reparo economicamente. Resta agora recuperar apenas duas metralhadoras .50. O CMSE acredita que ambas ainda estejam em São Paulo.
O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu contatar as defesas do cabo Tandu, de Velho e de Capixaba.
Tribuna Livre, com informações do Estadão