O político do partido socialista, António Costa, renunciou ao cargo devido a um processo movido pelo Ministério Público, que o acusa de supostamente favorecer empresas na exploração de lítio e hidrogênio. Existe a possibilidade do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa convocar novas eleições.
O primeiro-ministro socialista António Costa renunciou ao cargo após ser alvo de buscas e apreensões, e um processo foi aberto pelo Ministério Público. Costa entregou a carta de renúncia ao presidente Marcelo Rebelo de Souza, que decidirá se dissolve o Parlamento e convoca eleições ou se o Partido Socialista (PS), com maioria absoluta na Assembleia da República, indica um novo chefe do Executivo. O presidente convocou o Conselho de Estado e fará um pronunciamento à nação.
Costa é suspeito de corrupção, acusado de favorecer empresas na exploração de lítio e hidrogênio. Cinco pessoas, incluindo o chefe de gabinete de Costa, foram presas. Isso provocou um abalo político em Portugal, que tem mantido estabilidade em uma Europa agitada. A economia cresce, e a dívida do país foi consideravelmente reduzida.
O receio é que a crise política resulte em convulsão, especialmente porque o presidente Marcelo Rebelo de Souza também é investigado por favorecer gêmeas brasileiras em um tratamento de saúde oneroso ao Estado. Em seu pronunciamento, o ex-primeiro-ministro Costa disse que se demitiu quando soube que seria investigado, afirmando não carregar a culpa de atos ilícitos.
Costa foi líder de Portugal desde 2015 e a renúncia ocorre pouco mais de um ano e meio após a última eleição. De acordo com as normas, Costa será investigado pelo Supremo Tribunal da Justiça. A Procuradoria-Geral da República encontrou suspeitas de favorecimento a empresários nos negócios de lítio em Montalegre. Ministros e outras autoridades também foram indiciados, e as detenções visam a evitar fuga e perturbação do inquérito.
As investigações apontam que o governo concedeu privilégios à empresa Lusorecursos na exploração de lítio em Montalegre e à Start Campus para a exploração de hidrogênio no Porto de Sines. O presidente da Assembleia da República defendeu Costa, enquanto a oposição pediu a renúncia do ex-primeiro-ministro. Há um temor de instabilidade, e partidos à direita têm ampliado sua preferência nas pesquisas. Este cenário incerto pode levar o presidente a convocar eleições, um ano e meio após o último pleito. O Conselho de Estado foi convocado, e uma pronunciação oficial está agendada para quinta-feira.
Tribuna Livre, com informações da AFP