A temperatura atingiu 44,3°C na cidade em 19 de outubro.
Aragarças, em Goiás, figura entre os municípios brasileiros com as mais elevadas temperaturas neste ano, de acordo com um levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No dia 19 de outubro, a cidade registrou uma marca de 44,3°C. Em comparação, Araçuaí, município mineiro no Vale do Jequitinhonha, com pouco mais de 34 mil habitantes, ficou à frente, alcançando 44,8°C no mesmo dia.
Embora Araçuaí tenha experimentado um pico de calor em um dia específico, Aragarças já havia ocupado a primeira posição no ranking do Inmet em outras duas ocasiões, todas ocorrendo entre outubro e novembro, em um intervalo de menos de 30 dias.
Guilherme Bispo, de 29 anos, residente em Aragarças, compartilha sua experiência com as altas temperaturas. Cadeirante devido a distrofia muscular, ele ressalta a necessidade de adaptar sua rotina nos dias mais quentes. Guilherme, que trabalha em casa como criador de conteúdo, mudou seu local de trabalho para a varanda na tentativa de enfrentar o calor. Ele evita sair à tarde, concentrando suas atividades externas pela manhã.
As altas temperaturas são particularmente desafiadoras para Guilherme, que utiliza uma cadeira de rodas. O estofado do equipamento e a constante necessidade de permanecer sentado intensificam sua transpiração, causando desconforto adicional. Buscando alívio, ele recorre a banhos de mangueira no quintal, embora, devido à sua cadeira motorizada, necessite da assistência de sua esposa para se sentar em uma cadeira comum.
A residência de Guilherme não possui forro nem ar-condicionado, tornando os dias quentes especialmente penosos. Estratégias como deixar tudo aberto, colocar baldes de água no quarto, toalhas molhadas na cabeceira da cama e manter ventiladores ligados constantemente são adotadas para amenizar o calor.
“Às 21h, ainda está 35°C. Nem me lembro quando foi a última vez que fechei a janela do quarto para dormir ou que usei cobertor”, relata Bispo, destacando os desafios enfrentados devido às condições climáticas extremas.
Tribuna Livre, com informações do Inmet