Vítimas e autores faziam parte de uma facção criminosa, segundo
o delegado do caso
Lucas Borges de Azevedo, Raí Nunes da Silva e Marciano
Francisco da Silva (Foto: Divulgação – Polícia Civil)
inquérito que investigava a morte de três jovens – Lucas Borges de Azevedo, Raí
Nunes da Silva e Marciano Francisco da Silva – que foram encontrados mortos em
covas, na zona rural Porangatu, em fevereiro deste ano. Após apuração, a corporação
indiciou três pessoas – J. N. C. A., S.
R. A. e M. D. B. S. pelos crimes.
De acordo com o delegado Sandro Leal, J. N. C. A. foi o
responsável por planejar e executar os três homicídios, mas ele teve ajuda dos
outros dois envolvidos.
Sandro revela que tanto as vítimas, como os indiciados,
vendiam drogas e faziam parte de uma facção. Os crimes foram motivados por
dívidas dos jovens com o chefe do grupo e pela perda de confiança.
Forró
Sandro explicou que em 8 de fevereiro deste ano, dia do
primeiro homicídio, os dois investigados entregaram Raí para o executor, que já
o esperava em um local ermo de Porangatu. Após matar a primeira vítima e o
colocar na cova, o investigado gravou um vídeo dançando e ouvindo forró perto
do cadáver.
Um dia depois, Lucas foi levado para o mesmo lugar, onde
também foi morto e colocado em cima de Raí, dentro da mesma cova. Após cometer
os dois assassinatos, J. N. C. A. e S.
R. A. se encontram e voltaram para o local do crime para terminar de enterrar
as vítimas, colocar fogo no carro de Lucas e para fazer uso de drogas.
No dia 12, eles foram para Mara Rosa, onde buscaram
Marciano, a terceira vítima. No caminho, o casal mata o jovem e o leva para
mesma mata usada para ocultar os outros dois cadáveres. Na sequência, mutilam o
corpo do jovem, arrancando seu pênis e colocando um pedaço de madeira em seu
anus. Em um momento, o homem chega a urinar no cadáver.
Investigações
As investigações tiveram início assim que o trio
desapareceu. O suposto sumiço, porém, foi revelado pela polícia como um triplo
homicídio em razão de cobrança de dívidas de drogas.
Sandro Leal explica que J. N. C. A. era líder da facção
criminosa que tinha como foco a venda de entorpecentes. Abaixo dele, em nível
hierárquico, estava Marciano, que comandava o tráfico em Mara Rosa. Abaixo de
Marciano, estavam Lucas e Raí.
No início das apurações, o crime de homicídio era
apontado como vingança por um suposto estupro cometido pelas vítimas. A tese,
entretanto, foi descartada pelos policiais, que descobriram que os investigados
mataram o trio por cobrança de dívidas de drogas e por terem perdido a
confiança nos integrantes da facção.
J. N. C. A. foi indiciado pelos três homicídios, pela
ocultação e vilipêndio dos cadáveres e por dano qualificado por ter queimado o
carro de Lucas. As penas somadas podem chegar ate 100 anos de reclusão, segundo
o delegado. S. R. A. responderá por um homicídio, vilipêndio e por três
ocultações de cadáver. Já M. D. B. S. foi indiciado apenas por um homicídio.