08/11/2025

UNIÃO BRASIL BUSCA OPOSIÇÃO PARA ELEGER ALCOLUMBRE PRESIDENTE DO SENADO

O senador Davi Alcolumbre (à direita) conversando com o líder da oposição no Sendo Rogerio Marinho (de costas) e outros integrantes do grupo no plenário do Senado Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A menos de um ano da eleição, partidos e senadores estão a todo vapor nas articulações para a disputa da presidência do Senado.

O União Brasil, partido do  (AP), tenta abrir diálogo com a oposição para que ele possa retornar ao comando da Casa, presidida por ele entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2021.

A ideia é convencer a oposição, liderada pelo Partido Liberal (PL), a não apresentar um candidato próprio, segundo apurou o Congresso em Foco. Na eleição de 2022, o líder do grupo, Rogério Marinho (PL-RN), saiu como candidato e conseguiu 32 votos. A disputa terminou com a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com 49 votos. A diferença surpreendeu a ala governista, que não esperava que Marinho conquistasse tantos apoios.

Pacheco foi eleito para um segundo mandato com o apoio de Alcolumbre, que conta agora com a retribuição do colega mineiro. As articulações passam pela tentativa de acordo com a oposição. Entre os pontos negociados estão um espaço na Mesa Diretora do Senado e a presidência de comissões. Diferentemente da Câmara, onde são anuais as trocas de comando nos colegiados, no Senado elas ocorrem a cada dois anos, período que coincide com a eleição do presidente da Casa.

Como Marinho perdeu a presidência para Pacheco, o PL ficou sem espaço na Mesa e, inicialmente, sem a direção de comissões. Foi só por meio de um acordo, no fim do primeiro semestre de 2023, que o partido conseguiu o controle de duas novas comissões recém-criadas: de Comunicação e Direito Digital – presidida por Eduardo Gomes (PL-TO) – e de Esporte – comandada por Romário (PL-RJ).

Com o apoio a Alcolumbre, a situação poderia mudar, com a inclusão de integrantes do partido de Jair Bolsonaro na Mesa Diretora e no comando de comissões mais importantes do Senado.

A oposição, segundo parlamentares ouvidas pelo Congresso em Foco, está aberta ao diálogo. Ajuda o fato de Alcolumbre ser visto com bons olhos pelo grupo: o senador fez acenos em pautas consideradas importantes pelos oposicionistas, como o marco temporal das terras indígenas. Além disso, o amapaense apoiou o nome de Marcos Rogério (PL-RO) para a vice-presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado, presidida por ele mesmo.

No entanto, senadores dizem de forma reservada que nada foi definido sobre o tema e que é necessário que Alcolumbre aumente a oferta com a sinalização de apoio a pautas importantes para a oposição. Insistem, ainda, que a representação na Mesa e na presidência de comissões deveria seguir o critério de partidos com maior número de representantes.

Com 12 senadores, o PL é o segundo maior partido do Senado, ficando atrás somente do PSD, que tem 15. Na Câmara, a sigla de oposição utiliza o argumento para tentar ter o controle da Comissão de Constituição e Justiça, a mais poderosa de todas.

De acordo com o Radar do Congresso, ferramenta do Congresso em Foco de monitoramento do Legislativo, a bancada do União Brasil no Senado votou em 69% das vezes conforme a orientação do governo Lula. Índice semelhante aos 71% registrados pela média da Casa. O partido comanda três ministérios: Agricultura, com o senador Carlos Fávaro (MS), Turismo, com o deputado Celso Sabino (PA), e Integração e do Desenvolvimento Regional,  com o ex-governador Waldez Góes. Filiado ao PDT, Waldez se licenciou do partido para assumir o cargo na cota de Davi Alcolumbre.

Candidato favorito

O nome de Alcolumbre para a disputa pela presidência do Senado é indicado desde 2023. O União Brasil e o grupo político do amapaense, no entanto, ainda fazem as articulações para garantir a vitória em 2025.

Uma das movimentações é fazer com que partidos próximos, como o PSD e o MDB, não lancem candidatos próprios e apoiem Alcolumbre desde o início.

No PSD, a senadora Eliziane Gama (MA) já expressou o desejo de se candidatar para ser a primeira mulher a presidir a Casa. Já o MDB, como terceira bancada do Senado, hoje com 11 senadores, também avalia uma candidatura, apesar de integrantes da sigla dizerem que o tema ainda não tem definição interna.

As eleições para a presidência do Senado serão realizadas no início do próximo ano Legislativo, em fevereiro de 2025. O comando do Senado e da Câmara é feito em mandatos de dois anos, que não podem ser prorrogados na mesma legislatura.

Tribuna Livre, com informações da Agência Senado

Deixe um comentário

Leia também
f1280x720-154142_285817_5050
Governardor de mt critica filho de bolsonaro: “só fala bobagem”
design-sem-nome-2025-09-09t185120
Bolsonaro é condenado e flávio reage: ‘uma farsa’
Izalci defende reajuste para forças de segurança: "É questão de equilíbrio e eficiência"
Izalci defende reajuste para forças de segurança: "É questão de equilíbrio e eficiência"
Congresso fará homenagem às viúvas de policiais mortos em megaoperação no Rio
Congresso fará homenagem às viúvas de policiais mortos em megaoperação no Rio
Análise de projeto que dobra taxação das bets é adiada no Senado
Análise de projeto que dobra taxação das bets é adiada no Senado
Governo envia ao Congresso projeto de reajuste para policiais do DF
Governo envia ao Congresso projeto de reajuste para policiais do DF
Indicações de Lula ao STF e à PGR testam força do Planalto no Senado
Indicações de Lula ao STF e à PGR testam força do Planalto no Senado
PT processa cidadãos e parlamentares que chamaram a sigla de ‘Partido dos Traficantes’
PT processa cidadãos e parlamentares que chamaram a sigla de ‘Partido dos Traficantes’
Líder no ranking de violência policial, Bahia pode dar dor de cabeça a Lula em 2026
Líder no ranking de violência policial, Bahia pode dar dor de cabeça a Lula em 2026
Pesquisa indica que aprovação de Castro subiu após megaoperação no RJ
Pesquisa indica que aprovação de Castro subiu após megaoperação no RJ
Moro acusa governo Lula de ser frouxo ao combater crime e dá sugestões
Moro acusa governo Lula de ser frouxo ao combater crime e dá sugestões

Governardor de mt critica filho de bolsonaro: “só fala bobagem”

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, teceu duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro em declarações recentes. Apesar de afirmar que respeita o ex-presidente Jair Bolsonaro, Mendes não poupou palavras ao se referir ao filho do ex-mandatário, classificando suas declarações como “bobagens” e sugerindo um estado de desequilíbrio. A

Leia mais...

Petrobras decide manter participação acionária na braskem

A Petrobras anunciou sua decisão de manter sua participação na Braskem, a maior petroquímica da América Latina. A estatal brasileira detém atualmente 36% do capital total da empresa e 47% das ações com direito a voto. A decisão encerra um período de especulações sobre a possível venda da participação da

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.