Antes do pronunciamento oficial, o governo fará uma rodada de reuniões com representantes do setor produtivo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar ainda nesta quinta-feira 6 um pacote de medidas para conter a alta dos preços dos alimentos. Antes do pronunciamento oficial, o governo fará uma rodada de reuniões com representantes do setor produtivo para discutir as iniciativas.
Pela manhã, ministros se reuniram por cerca de três horas para alinhar as propostas que serão apresentadas a Lula na tentativa de conter a inflação dos alimentos. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o encontro serviu como preparativo para a agenda com empresários do setor, marcada para as 15h30 no Palácio do Planalto. A princípio, essa reunião ocorreria no Ministério da Agricultura, mas foi transferida para a sede do Executivo. “Hoje bate o martelo”, afirmou Fávaro, após o encontro, sobre quais serão as ações para conter a escalada nos preços.
Entre os participantes do encontro com o presidente estão Bruno Ferla, da Marfrig; Ricardo Santin, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA); Marcelo Osorio, também da ABPA; Denilson Dorigoni, CEO da Granja Faria; Roberto Perosa, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec); Donizete Tokarski, da União Brasileira de Biodiesel e Querosene (Ubrabio); Pedro Robério Nogueira, do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar/AL); João Galassi, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras); Marcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras); entre outros nomes do setor.
A disparada dos preços dos alimentos se tornou um dos principais desafios para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos últimos cinco anos, o preço da alimentação no domicílio subiu 55%, bem acima da inflação geral do período, que ficou em 33%, segundo explicou André Braz, do FGV IBRE. O rendimento médio dos brasileiros avançou 42% no período e hoje está em 3.400 reais por mês. Esse descompasso fez com que os gastos com alimentação passassem a representar 20% do orçamento familiar, ante 16% antes da pandemia.
Os dados mostram que somente no último mês o preço da dúzia de ovos disparou 60%. No acumulado de doze meses, o café encareceu na mesma proporção, enquanto o óleo de soja subiu 25%, e a carne, 21%. No geral, as compras de supermercado ficaram, em média, 7% mais caras no último ano.
Tribuna Livre, com informações da Secom PR