19/11/2025

Delegado da PF descobre no STF que também é investigado

A investigação trata da atuação de membros da PRF na realização de bloqueios para dificultar o acesso de eleitores às seções eleitorais no segundo turno - (crédito: Agência Brasil)

Tomás de Almeida Vianna foi informado durante audiência de que é alvo de investigação relacionada à atuação da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno de 2022

O delegado da Polícia Federal Tomás de Almeida Vianna descobriu nesta terça-feira (15/7), durante depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), que é formalmente investigado em um inquérito que apura o uso indevido da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

A informação surpreendeu o delegado, que participava da audiência na condição de testemunha de defesa do ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Fernando de Sousa Oliveira, réu no processo referente ao chamado núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado.

Vianna havia sido convocado pela defesa de Fernando Oliveira para depor como testemunha sobre os fatos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro e à condução da segurança pública no período eleitoral. No entanto, antes mesmo do início efetivo da oitiva, o representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), Daniel José Mesquita Monteiro Dias, interveio para informar que Tomás Vianna constava como investigado em um inquérito que tramita sob sigilo.

A investigação trata da atuação de membros da PRF na realização de bloqueios e fiscalizações direcionadas, que teriam como objetivo dificultar o acesso de eleitores, especialmente no Nordeste, às seções eleitorais no segundo turno.

Diante da revelação, o juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai Rocha, que atua como auxiliar do relator Alexandre de Moraes, explicou formalmente ao delegado que, diante de sua condição de investigado, ele possuía o direito de permanecer em silêncio e de não produzir provas contra si próprio. Visivelmente surpreso, Vianna declarou desconhecer sua condição de investigado. “Excelência, eu fui ouvido no âmbito do inquérito sempre na condição de colaborador e informante. Não sabia que era investigado”, afirmou o delegado.

Na sequência, Tomás de Almeida Vianna perguntou se poderia permanecer em silêncio. “Gostaria de esclarecer se posso me reservar ao direito de ficar em silêncio”. O magistrado confirmou positivamente. Apesar disso, Vianna decidiu responder às perguntas formuladas pelas defesas dos réus, abrindo mão da prerrogativa de não se manifestar.

Investigação

O delegado Tomás Vianna estava lotado na Polícia Federal durante as eleições de 2022 e, conforme apontam as investigações da PGR, teria participado de discussões internas sobre o emprego da PRF em fiscalizações rodoviárias no dia do pleito. A PRF é apontada pela acusação como peça central nas operações que dificultaram o trânsito de eleitores no segundo turno, especialmente em regiões de forte apoio a Luiz Inácio Lula da Silva.

Vianna foi indicado pela defesa do delegado Fernando de Sousa Oliveira, acusado de omissão no exercício da chefia interina da SSP-DF durante os atos de 8 de janeiro. Oliveira responde como réu no núcleo 2, juntamente com Marília Ferreira de Alencar, Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da PRF), Filipe Martins (ex-assessor presidencial), Mário Fernandes (general da reserva) e Marcelo Câmara (coronel da reserva). Todos respondem pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, integrantes do núcleo 2 utilizaram o aparato institucional, incluindo a PRF e a Polícia Militar do DF, para sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder. A PGR acusa Vasques, Marília Alencar e Fernando de coordenarem diretamente o uso da estrutura policial com objetivos eleitorais e golpistas.

Tribuna Livre, com informações do Supremo Tribunal Federal (STF)

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