06/10/2025

Justiça determina prisão preventiva de empresário suspeito de matar gari em BH

Ilustraação: Google

Empresário já havia sido preso em flagrante e, desde então, estava no Ceresp Gameleira, suspeito de matar Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, durante discussão de trânsito na capital mineira.

O empresário mineiro, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes na última segunda-feira (11), teve a prisão em flagrante convertida para preventiva pela Justiça de Minas Gerais em audiência de custódia realizada na manhã desta quarta-feira (13) em Belo Horizonte. Com isso, ele segue detido por tempo indeterminado.

A prisão preventiva dele foi pedida pelo Ministério Público. A defesa pediu o relaxamento, argumentando que não haveria indícios suficientes para manter a prisão preventiva. Os advogados destacaram que o acusado é réu primário, possui bons antecedentes e residência fixa.

O juiz Leonardo Damasceno, da Central de Audiência de Custódia, entretanto, não acolheu os argumentos. Ele alegou haver elementos suficientes para manter a prisão, como “perseguição ininterrupta” da polícia, identificação do veículo e reconhecimento de testemunhas.

“O crime foi cometido em plena luz do dia, por motivo fútil, uma aparente irritação decorrente de uma breve interrupção no trânsito causada por um caminhão de coleta de lixo”, afirmou o magistrado na decisão.

Ele estava preso em flagrante desde terça-feira (12) no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da Gameleira, na Região Oeste da capital mineira, após o reconhecimento por testemunhas.

Ele foi encaminhado ao sistema prisional depois de prestar depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.

O juiz também negou o pedido de sigilo do processo, alegando que a publicidade é a regra e as exceções só são cabíveis para casos de defesa da intimidade ou interesse social relevante, o que não se verificou no caso.

O g1 procurou os advogados do suspeito para uma manifestação, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Relembre o caso

•             Laudemir Fernandes foi morto a tiros na manhã desta segunda-feira (11), após uma discussão de trânsito. Ele trabalhava na coleta de lixo quando, segundo testemunhas, o empresário pediu que o caminhão fosse retirado da via, para que ele passasse.         

•             A mulher que dirigia o caminhão afirmou que tinha espaço suficiente para o carro passar. Ele teria se irritado e ameaçado atirar na motorista. Os garis tentaram intervir e pediram que ele se acalmasse.     

•             O crime aconteceu no encontro das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte.

•             Horas depois, o empresário foi localizado em uma academia, no bairro Estoril, onde foi preso em flagrante. No momento da prisão, ele negou o crime.            

•             O suspeito, casado com uma delegada da Polícia Civil de Minas Gerais, foi levado para o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).        

•             Após o depoimento, ele foi transferido para o Ceresp Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte. Ele disse que a arma utilizada pertence à esposa, delegada de Polícia.

•             A Polícia foi até o endereço do casal, recolheu a arma que, segundo o boletim de ocorrência resultou na morte do gari, e uma outra, ambas pertencentes à delegada.

•             A delegada foi conduzida para a Corregedoria da Polícia Civil para prestar esclarecimentos e teve o celular apreendido. Ela não estava presente no momento do crime.

•             A polícia investiga se houve negligência da parte da delegada na cautela da arma. Caso seja confirmado, caracteriza-se transgressão disciplinar.

•             Segundo as investigações, o empresário não possui registro de arma de fogo no nome dele e nem porte de arma.     

•             A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a conduta da delegada, esposa do empresário, em torno dos crimes de omissão de cautela e prevaricação. Até o fim das investigações, ela segue no cargo.

Tribuna Livre, com informações do Ministério Público (MG)

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