Deputado federal e humorista ampliam embate nas redes em meio à repercussão internacional do assassinato de Charlie Kirk, aliado de Donald Trump
A troca de provocações entre o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o humorista Whindersson Nunes ganhou força neste fim de semana e movimentou as redes sociais. Desde a última quinta-feira (11/9), os dois se enfrentam publicamente no X (antigo Twitter), após declarações do parlamentar sobre o assassinato do influenciador norte-americano Charlie Kirk, aliado do ex-presidente Donald Trump.
Em nova publicação, feita neste domingo (14/9), o parlamentar voltou à carga e publicou uma mensagem irônica, debochando da saúde mental de Whindersson.
O embate escalou quando o parlamentar publicou um registro do cantor Vitão, maquiado, e insinuou que o humorista teria “perdido a mulher”, em referência ao suposto relacionamento de Luísa Sonza, ex-esposa de Whindersson, com o músico. Whindersson repostou a imagem acompanhada de uma foto antiga do próprio Nikolas, ainda adolescente, cutucando o parlamentar.
Desde o assassinato do ativista conservador, na última quarta-feira (10/9), nos Estados Unidos, o parlamentar mineiro iniciou uma ofensiva nas redes sociais e passou a publicar dezenas de mensagens diárias sobre o assunto.
Ele chegou a lançar uma campanha para pressionar empresas a demitirem funcionários que, segundo ele, teriam comemorado ou minimizado o assassinato.
Com mais de 5,2 milhões de seguidores, o deputado também expôs nomes, perfis e locais de trabalho de usuários que ironizaram a morte do norte-americano. A postura provocou reação imediata de Whindersson, que já teve outras trocas de farpas com o parlamentar no ano passado, e respondeu com comentários sarcásticos às publicações de Nikolas.
Contradições
A postura adotada por Nikolas após a morte de Kirk também abriu espaço para críticas sobre sua própria incoerência. Internauras resgataram declarações do deputado feitas em 2022, em entrevista ao podcast Cara a Tapa.
Na ocasião, ao comentar o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), morta em 2018, ele adotou um tom bem diferente do atual.
“Teve um dia que estava sendo votado lá em BH o ‘Dia da Marielle Franco’. Eu falei: primeiro que nós estamos em BH. Então, assim, caguei para a Marielle. Segundo: ela não é uma pessoa flor que se cheire. Não é porque morreu que virou santo”, afirmou na época.
Agora, ao mobilizar campanhas para expor e punir quem ironizou a morte de um líder da extrema-direita norte-americana, Nikolas é acusado de relativizar e medir com pesos diferentes episódios de violência política.
“Esse era o discurso de Nikolas Ferreira de quando Marielle foi brutalmente assassinada. Hoje, ele está fazendo campanha contra quem fala mal do extremista de direita morto Charlie Kirk”, escreveu um internauta no X sobre a entrevista no podcast Cara a Tapa.
Quem era Charlie Kirk
Fundador da organização conservadora Turning Point USA, Charlie Kirk era considerado um dos principais porta-vozes da extrema-direita norte-americana. Morto a tiros em 10 de setembro, durante um evento universitário em Utah, ele tinha 31 anos.
O suspeito do crime, Tyler Robinson, de 22 anos, foi denunciado por familiares e está sob custódia.
Kirk acumulava milhões de seguidores nas redes sociais e era conhecido pelo estilo confrontativo em debates com opositores, especialmente em universidades. Seus vídeos, muitas vezes virais, mostravam embates com estudantes progressistas.
Com ideias alinhadas às de Donald Trump, defendia a tese de fraude nas eleições de 2020, atacava imigrantes e pessoas transgênero e se consolidava como uma figura de influência entre jovens conservadores.
Tribuna Livre, com informações de redes sociais