Autoridades sul-coreanas buscam empréstimos e um acordo de swap cambial com governo americano para suavizar o impacto econômico. Dizem quantia representa mais de 80% de suas reservas internacionais
— Nossa posição não é uma tática de negociação — afirmou o assessor de Segurança Nacional, Wi Sung-lac, em entrevista à emissora Channel A News, na noite de sábado. — Objetivamente e realisticamente, não é um valor que possamos suportar. Não temos como pagar US$ 350 bilhões em dinheiro — acrescentou.
Seul e Washington concordaram, em julho, com uma promessa de investimento de US$ 350 bilhões como parte de um acordo comercial mais amplo para reduzir as tarifas dos EUA de 25% para 15%, mas os dois lados continuam divergindo sobre como ele deve ser estruturado.
Autoridades sul-coreanas buscam empréstimos e um acordo de swap cambial bilateral com os EUA para suavizar o impacto econômico, observando que a quantia representa mais de 80% de suas reservas internacionais.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, teria dito a autoridades sul-coreanas que Washington prefere o investimento em dinheiro, e não em empréstimos. O presidente Donald Trump descreveu recentemente a contribuição como “adiantada”.
Wi, no entanto, afirmou que o governo está explorando alternativas e espera avanços quando os dois líderes se encontrarem na Cúpula da APEC, em Gyeongju, no próximo mês.
Separadamente, o ministro das Finanças da Coreia, Koo Yun-cheol, disse a repórteres no sábado que concluiu as negociações com os EUA sobre a taxa de câmbio e anunciará os detalhes em breve, segundo a agência Yonhap, observando que as discussões são separadas das negociações sobre o swap cambial.
Na última quarta-feira, em entrevista à Bloomberg News em Seul, o primeiro-ministro sul-coreano, Kim Min-seok, afirmou que os projetos de investimento da Coreia do Sul nos Estados Unidos permanecerão suspensos até que os problemas de visto de profissionais coreanos para atuar no mercado americano sejam resolvidos, pedindo a Washington que aja rapidamente para tranquilizar compatriotas preocupados em serem detidos por trabalharem lá em situação irregular.
Mais tarde, no entanto, o gabinete do primeiro-ministro disse, em comunicado, que as declarações de Min-seok não estão relacionadas ao pacote de investimentos de US$ 350 bilhões em discussão com os EUA.
Os dois países trabalham para revisar o sistema de vistos após centenas de sul-coreanos terem sido detidos em uma operação em uma fábrica de baterias da Hyundai Motor e da LG Energy Solution, em construção na Geórgia, no início deste mês.
Tribuna Livre, com informações da Agence France Presse