Servidores planejam cruzar os braços nos dias 21, 22 e 23 de outubro; conforme Sindágua, serviços essenciais de abastecimento não serão afetados
Os servidores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) planejam entrar em greve nos dias 21, 22 e 23 de outubro. A categoria se manifesta contra os projetos de privatização da estatal, em especial, a PEC que retira a obrigatoriedade de realização de referendo para a transferência para a iniciativa privada. De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua-MG), trabalhadores de todo o estado devem cruzar os braços.
Além da paralisação, os servidores da região metropolitana de Belo Horizonte realizam concentrações em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais todos os dias. No dia 22, haverá uma audiência pública na Casa às 11h. Nessa mesma data, a mobilização também acontece em frente à sede da Copasa, no bairro Santo Antônio, na capital.
De acordo com o presidente do Sindágua, Eduardo Pereira, a expectativa é que a mobilização reúna entre quatro e seis mil trabalhadores na Assembleia Legislativa. A categoria questiona a “PEC do referendo”, que retira a obrigatoriedade de consulta popular para privatização da Copasa.
“Nossa mobilização é a favor do direito social do povo, do referendo popular. Temos a expectativa de chamar a atenção da população porque a pauta não é só interesse dos trabalhadores, mas da população, que tem o direito de decidir sobre a privatização ou não”, explica Pereira.
O representante da categoria destaca que a greve não irá afetar os serviços essenciais prestados pela Copasa, como de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Haverá escala mínima de funcionamento.
Tramitação
A greve ocorre em meio ao avanço da PEC do referendo na Assembleia. Na semana passada, o texto foi aprovado em comissão especial e, com isso, está pronto para ser votado em plenário. Entretanto, ainda não há data para que a proposta entre na pauta dos deputados estaduais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um novo decreto sobre as regras para adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), com novos prazos para negociações de ativos.
Por conta disso, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite (MDB), decidiu que não irá pautar em plenário os projetos do estado envolvendo o Propag, o que inclui a PEC do referendo e a privatização da Copasa. Conforme o deputado estadual, a Casa precisaria sanar dúvidas quanto ao novo decreto antes de prosseguir com a tramitação dos textos.
Juntamente com os trabalhadores da Cemig (Sindieletro), o Sindágua-MG protocolou na Assembleia um pedido de suspensão das discussões envolvendo a PEC do referendo. A solicitação foi direcionada a Tadeuzinho.
A Copasa atua em 638 cidades mineiras. No total, são 11,8 milhões de clientes de abastecimento de água e 8,3 milhões de clientes de esgotamento sanitário.
O governo de Minas Gerais foi procurado para comentar sobre a greve dos trabalhadores da Copasa. Tão logo haja um retorno, esta publicação será atualizada. O espaço segue aberto.
Tribuna Livre, com informações do servidores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa)








