O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) registrou a trajetória do juiz Flavio Augusto Martins Leite, titular do 2º Juizado Especial Cível de Brasília, por meio do Programa História Oral. A entrevista, conduzida pelo desembargador Roberval Belinati, 1º vice-presidente do TJDFT, ocorreu no Memorial TJDFT – Espaço Desembargadora Lila Pimenta Duarte.
Flavio Augusto, nascido em Franca/SP em 1963, credita ao pai o incentivo aos estudos. É graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Franca (FDF) e possui pós-graduação em Direito Penal pela Universidade Católica de Brasília (UCB).
Sua carreira profissional começou no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Em 1994, ingressou na Polícia Civil de São Paulo como delegado, cargo que exerceu até 1998, quando foi aprovado no concurso para a magistratura do Distrito Federal. O juiz descreve sua vida como uma escada, ascendendo um degrau de cada vez, demonstrando gratidão pela condução do seu destino.
Refletindo sobre sua experiência como delegado, Flavio Augusto recorda o período em que trabalhou na cadeia pública de Franca, uma época que, segundo ele, gerou mais questionamentos do que respostas. “Sempre fui curioso. Queria saber o porquê das coisas. Achei que o Direito me daria essa compreensão do mundo. E deu”, afirma, ressaltando que ali aprendeu a enxergar e entender as pessoas e as circunstâncias que as levaram àquela situação.
Aos 62 anos, o magistrado demonstra grande interesse e dedicação ao estudo da Inteligência Artificial (IA) e seu impacto no sistema judiciário. “Ela já está permeada em nossa vida e acredito que daí surgirá uma nova Justiça”, afirma. Para ele, o futuro da IA dependerá da forma como a sociedade a moldará, definindo se ela será benéfica ou prejudicial, se os processos serão direcionados à verdadeira Justiça. “Tenho dedicado meu tempo particular em estudar e, principalmente, em entender o que fazer para a IA não errar e ainda, aprender com seus erros”, completa.
Ao final da entrevista, Flavio Augusto enfatizou a possibilidade de superar as adversidades da vida e revelou que o diagnóstico de autismo, aos 47 anos, representou mais um “degrau” a ser superado. “Aprendi a desenvolver estratégias para lidar com minhas dificuldades e gosto de falar do assunto como forma de informação e ajuda”, declara.
O Programa História Oral consiste em um acervo de entrevistas com magistrados, servidores e outras figuras que contribuíram para a história do TJDFT. Os depoimentos resgatam a trajetória do órgão desde sua instalação em 1960, com o objetivo de preservar a memória do Judiciário na capital. As entrevistas estão disponíveis na página do Memorial TJDFT. A desembargadora Maria Thereza Braga Haynes idealizou e implantou o programa em 2008, dedicando-se à preservação da memória institucional mesmo após sua aposentadoria em 1991.
Fonte: www.tjdft.jus.br











