10/09/2025

A Controladoria-Geral da União (CGU) aplica multa a representante da vacina Covaxin por práticas fraudulentas.

Diretor de Importações do Ministério da Saúde na época da pandemia, Luiz Ricardo Miranda reafirmou, na CPMI da Covid, em 2021, as denúncias contra a Precisa - (crédito: Edilson Rodrigues)

De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), a empresa investigada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Covid falsificou documentos e submeteu faturas irregulares para comercializar 20 milhões de doses de uma vacina indiana ao Ministério da Saúde, em um contrato no valor de R$ 1,6 bilhão.

A empresa Precisa – Comercialização de Medicamentos foi sancionada com uma multa de R$ 3,8 milhões pela Controladoria-Geral da União (CGU) por envolvimento em práticas fraudulentas no processo de venda da vacina Covaxin ao Ministério da Saúde em 2020. Segundo a CGU, a Precisa apresentou documentos adulterados, com tradução inadequada, incluindo uma procuração falsa. Além disso, a empresa utilizou uma carta de fiança falsificada e fraudou o contrato ao apresentar faturas com informações de cobrança inconsistentes com os termos estabelecidos.

Durante a pandemia, a Precisa ofereceu ao Ministério da Saúde, sob o comando do então Ministro Eduardo Pazuello, até 20 milhões de doses da vacina Covaxin, produzida pela Bharat Biotech International Limited (BBIL) da Índia, por um valor estimado de R$ 1,6 bilhão. Em 2021, o Ministério da Saúde firmou o contrato nº 29/2021 para adquirir o imunizante, utilizando dispensa de licitação.

Além da multa, a Precisa está obrigada a divulgar, em seu site e em um jornal de grande circulação, o resumo da decisão que a declarou inidônea para realizar contratos com a Administração Pública, no prazo de 75 dias. Após as denúncias de irregularidades na compra das vacinas, o contrato foi cancelado em julho do ano seguinte, sem que nenhuma dose fosse adquirida do fabricante indiano.

O episódio gerou controvérsias desde o início, com suspeitas de irregularidades no valor do contrato e alegações de pressão política para a conclusão rápida da compra, com dispensa de licitação. Em 2021, em depoimento ao Ministério Público, Luís Ricardo Miranda, chefe da Divisão de Importação do Ministério da Saúde à época, relatou pressões para concluir o negócio. Seu irmão, o ex-deputado federal Luís Claudio Miranda, levou as denúncias ao presidente Jair Bolsonaro, comprometendo-se a levar o caso à Polícia Federal.

O contrato também suscitou questionamentos sobre o valor pago por dose, sendo a Covaxin uma das vacinas mais caras disponíveis no mercado global contra a COVID-19, à época, custando cerca de R$ 80 por dose. Os irmãos Miranda prestaram depoimento à CPMI da Covid, reafirmando as denúncias de irregularidades no contrato entre a Precisa e o governo.

Tribuna Livre, com informações da Controladoria Geral da União-CGU

Deixe um comentário

Leia também
Marinheiro é atropelado por motoqueiro do Exército em desfile de 7 de Setembro
Marinheiro é atropelado por motoqueiro do Exército em desfile de 7 de Setembro
Em ato na Paulista, Tarcísio condena "tirania" de Moraes e defende anistia
Em ato na Paulista, Tarcísio condena "tirania" de Moraes e defende anistia
7 de setembro: apoiadores de Bolsonaro pedem anistia irrestrita em manifestação
7 de setembro: apoiadores de Bolsonaro pedem anistia irrestrita em manifestação
Ex-deputado estadual do RJ é preso por ligação com o Comando Vermelho
Ex-deputado estadual do RJ é preso por ligação com o Comando Vermelho
Empresa que prestava serviço aos Correios é investigada por elo ao PCC
Empresa que prestava serviço aos Correios é investigada por elo ao PCC
Anvisa proíbe anel que promete medir glicose sem agulha
Anvisa proíbe anel que promete medir glicose sem agulha
Centrão quer poder para Congresso demitir comando do BC
Centrão quer poder para Congresso demitir comando do BC
Entidade investigada pela PF em fraude do INSS recebe dinheiro de emendas por meio de ONG
Entidade investigada pela PF em fraude do INSS recebe dinheiro de emendas por meio de ONG
A MÃO INVISÍVEL DO PCC
A mão invisível do PCC
TCU aponta rombo de R$ 187,1 bi na previdência rural
TCU aponta rombo de R$ 187,1 bi na previdência rural
Leonardo Quintans assume como novo procurador-geral de Justiça do Ministério Público da Paraíba
Leonardo Quintans assume como novo procurador-geral de Justiça do Ministério Público da Paraíba
Justiça determina reintegração de servidores do Samu e pagamento de diferenças salariais em 30 dias
Justiça determina reintegração de servidores do Samu e pagamento de diferenças salariais em 30 dias

Irmãos são presos por homicídio de caseiro em Silvânia

Suspeitos confessaram o crime e foram autuados em flagrante A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia de Silvânia, em ação conjunta com a Polícia Militar, prendeu dois irmãos suspeitos de envolvimento no homicídio de Cláudio Olívio Monteiro, de 53 anos, ocorrido na noite de domingo (7), no bairro

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.