16/06/2025

A Controladoria-Geral da União (CGU) aplica multa a representante da vacina Covaxin por práticas fraudulentas.

Diretor de Importações do Ministério da Saúde na época da pandemia, Luiz Ricardo Miranda reafirmou, na CPMI da Covid, em 2021, as denúncias contra a Precisa - (crédito: Edilson Rodrigues)

De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), a empresa investigada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Covid falsificou documentos e submeteu faturas irregulares para comercializar 20 milhões de doses de uma vacina indiana ao Ministério da Saúde, em um contrato no valor de R$ 1,6 bilhão.

A empresa Precisa – Comercialização de Medicamentos foi sancionada com uma multa de R$ 3,8 milhões pela Controladoria-Geral da União (CGU) por envolvimento em práticas fraudulentas no processo de venda da vacina Covaxin ao Ministério da Saúde em 2020. Segundo a CGU, a Precisa apresentou documentos adulterados, com tradução inadequada, incluindo uma procuração falsa. Além disso, a empresa utilizou uma carta de fiança falsificada e fraudou o contrato ao apresentar faturas com informações de cobrança inconsistentes com os termos estabelecidos.

Durante a pandemia, a Precisa ofereceu ao Ministério da Saúde, sob o comando do então Ministro Eduardo Pazuello, até 20 milhões de doses da vacina Covaxin, produzida pela Bharat Biotech International Limited (BBIL) da Índia, por um valor estimado de R$ 1,6 bilhão. Em 2021, o Ministério da Saúde firmou o contrato nº 29/2021 para adquirir o imunizante, utilizando dispensa de licitação.

Além da multa, a Precisa está obrigada a divulgar, em seu site e em um jornal de grande circulação, o resumo da decisão que a declarou inidônea para realizar contratos com a Administração Pública, no prazo de 75 dias. Após as denúncias de irregularidades na compra das vacinas, o contrato foi cancelado em julho do ano seguinte, sem que nenhuma dose fosse adquirida do fabricante indiano.

O episódio gerou controvérsias desde o início, com suspeitas de irregularidades no valor do contrato e alegações de pressão política para a conclusão rápida da compra, com dispensa de licitação. Em 2021, em depoimento ao Ministério Público, Luís Ricardo Miranda, chefe da Divisão de Importação do Ministério da Saúde à época, relatou pressões para concluir o negócio. Seu irmão, o ex-deputado federal Luís Claudio Miranda, levou as denúncias ao presidente Jair Bolsonaro, comprometendo-se a levar o caso à Polícia Federal.

O contrato também suscitou questionamentos sobre o valor pago por dose, sendo a Covaxin uma das vacinas mais caras disponíveis no mercado global contra a COVID-19, à época, custando cerca de R$ 80 por dose. Os irmãos Miranda prestaram depoimento à CPMI da Covid, reafirmando as denúncias de irregularidades no contrato entre a Precisa e o governo.

Tribuna Livre, com informações da Controladoria Geral da União-CGU

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