04/08/2025

A reação de líderes mundiais e da Cruz Vermelha às imagens de reféns definhando em Gaza -04/04/205

OutrosImagem do vídeo divulgado pelo Hamas com o refém israelense Evyatar David mantido em um túnel de Gaza

O Hamas disse que permitiria o acesso da Cruz Vermelha se corredores de ajuda humanitária fossem abertos para Gaza.

Líderes ocidentais condenaram vídeos que mostram reféns israelenses em Gaza, definhando, enquanto a Cruz Vermelha pediu acesso a todos aqueles que ainda estão em cativeiro.

O Secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, disse que “imagens de reféns exibidas para fins de propaganda são repugnantes” e que os reféns deveriam ser libertos “incondicionalmente”.

Os apelos ocorrem após a Jihad Islâmica Palestina divulgar um vídeo de Rom Braslavski na quinta-feira (31/7) no qual ele aparece magro e chorando e o Hamas divulgar imagens de Evyatar David definhado no sábado.

Líderes israelenses acusaram o Hamas de privar seus reféns de alimentos.

Braslavski, de 21 anos, e David, de 24, foram feitos reféns no festival de música em 7 de outubro de 2023, durante o ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel.

Eles estão entre os 49 reféns, dos 251 originalmente capturados, que, segundo Israel, ainda estão detidos em Gaza. Isso inclui 27 reféns que possivelmente estão mortos.

Após a divulgação dos vídeos, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conversou com as duas famílias de reféns, expressando “profundo choque” e dizendo que os esforços para devolver todos os reféns “continuarão constantes e implacavelmente”.

Neste domingo (3/8), Netanyahu conversou com o chefe da Cruz Vermelha na região, solicitando seu envolvimento imediato no fornecimento de alimentos e assistência médica aos reféns.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) declarou estar “consternado” com os vídeos, que fornecem “evidências contundentes das condições de risco de vida no qual os reféns estão sendo mantidos”.

A instituição reiterou seu apelo para que seja concedido acesso aos reféns para avaliar suas condições, fornecer suporte médico e facilitar o contato com suas famílias.

O braço armado do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, afirmou que responderia positivamente a qualquer solicitação da Cruz Vermelha para entregar alimentos e medicamentos aos prisioneiros. No entanto, colocou como condição a abertura de corredores humanitários para Gaza de forma regular e permanente, e a interrupção dos ataques aéreos durante o período de recebimento da ajuda.

A Cruz Vermelha tem enfrentado duras críticas em Israel por seu papel na guerra, com alegações de que não prestou socorro aos reféns mantidos em Gaza.

No início deste ano, em meio à indignação com as cenas caóticas de libertação de reféns como parte de um acordo entre Israel e o Hamas, a organização explicou os limites de seu papel, afirmando que depende da boa vontade das partes envolvidas para operar em zonas de conflito.

Também houve críticas de palestinos, já que o grupo não tem permissão para visitar prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses desde 7 de outubro de 2023.

No fim de semana em Tel Aviv, multidões de manifestantes e famílias de reféns se reuniram novamente, pedindo ao governo israelense que garantisse a libertação dos reféns.

As famílias de David e Braslavski disseram em uma manifestação no sábado que “todos precisam sair do inferno, agora”.

Em um vídeo, Braslavski é visto chorando enquanto diz que ficou sem comida e água e comeu apenas três “migalhas de falafel” naquele dia. Ele diz que não consegue ficar de pé ou andar e que “está à beira da morte”.

A família de Braslavski, em um comunicado implorou aos líderes israelenses e americanos que trouxessem seu filho para casa.

“Ele simplesmente foi esquecido lá”, disseram.

No segundo vídeo, David disse: “Não como há dias… Mal tenho água para beber” e é visto cavando o que ele diz ser sua própria cova.

Sua família disse que ele estava sendo “deliberada e cinicamente deixado passar fome nos túneis do Hamas em Gaza — um esqueleto vivo, enterrado vivo”.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, disse estar “consternado” com as imagens, acrescentando que a libertação de todos os reféns era um pré-requisito obrigatório para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

O presidente francês, Emmanuel Macron, que afirmou que o Hamas personifica “crueldade abjeta”, disse que a França continua trabalhando incansavelmente para a libertação dos reféns, para o restabelecimento do cessar-fogo e para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Ele afirmou que esse esforço deve ser acompanhado de uma solução política, uma solução de dois Estados “com Israel e Palestina vivendo lado a lado em paz”. A França anunciou recentemente sua intenção de reconhecer um Estado palestino, juntamente com o Canadá e o Reino Unido, sob certas condições. Israel condenou veementemente as medidas.

As imagens de reféns definhados estão sendo divulgadas enquanto agências apoiadas pela ONU afirmam que “o pior cenário de fome está se desenrolando atualmente” em Gaza, com mortes por desnutrição relatadas diariamente.

O Ministério da Saúde, administrado pelo Hamas, afirmou no domingo que 175 pessoas, incluindo 93 crianças, morreram de desnutrição desde o início da guerra.

A ONU, agências humanitárias e alguns aliados de Israel atribuem a crise da fome às restrições israelenses à entrada e entrega de ajuda humanitária. Israel nega e culpa o Hamas.

Apesar das evidências contundentes, as autoridades israelenses e parte da imprensa do país rejeitam veementemente a existência de fome em Gaza e afirmam que a crise é uma mentira fabricada pelo Hamas e disseminada pela mídia internacional.

Algumas fotos de crianças emaciadas foram exibidas por manifestantes israelenses que pedem um acordo com o Hamas, mas muitos em Israel parecem desconhecer a extensão da emergência no país.

À medida que a guerra continua, Israel enfrenta um crescente isolamento internacional, enquanto a destruição generalizada em Gaza e o sofrimento dos palestinos geram indignação.

Pesquisas em todo o mundo sugerem que a opinião pública está cada vez mais negativa em relação a Israel, pressionando os líderes a agirem.

Tribuna Livre, com informações da BBC News

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