Nesta quarta-feira (13), celebra-se o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual. Para obter avaliação do grau de óculos, laudos médicos ou encaminhamentos, recomenda-se procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Neste dia 13 de [mês], o Brasil comemora o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, uma data instituída desde 1961 com o propósito de combater o preconceito, a discriminação e fomentar a inclusão dessas pessoas na sociedade. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2022, o país possui 18,6 milhões de pessoas com deficiência (PcDs), o que representa aproximadamente 8,9% da população a partir de dois anos de idade. Dentro desse contingente, 3,1% enfrentam dificuldades visuais, mesmo fazendo uso de óculos ou lentes de contato.
Igor Carvalho, assessor da Secretaria da Pessoa com Deficiência (SEPD-DF), que enfrenta cegueira total desde o nascimento, destaca a importância da data para ampliar a compreensão sobre aqueles que não enxergam, ressaltando que “ver” transcende os olhos humanos. Ele enfatiza que a sociedade construirá um ambiente mais justo, plural e atento às necessidades das pessoas com deficiência visual ao reconhecer que a visão vai além da óptica ocular.
A deficiência visual, que pode resultar na perda total ou parcial da visão, mesmo com correção óptica, pode ser ocasionada por diversas razões, como doenças, acidentes ou má formação. No Brasil e no mundo, as principais causas de cegueira, especialmente entre os idosos, incluem a catarata, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e o glaucoma, sendo este último capaz de causar cegueira irreversível se não tratado.
Larissa Friggi, referência técnica administrativa (RTD) de oftalmologia, destaca que o glaucoma, uma doença silenciosa, pode levar à perda da visão definitiva se não for diagnosticado precocemente. Estima-se que mais de 1,5 milhão de pessoas no Brasil sejam cegas, conforme relatório do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
A Secretaria de Saúde (SES-DF) oferece assistência especializada em oftalmologia em vários hospitais regionais da capital, incluindo Asa Norte, Gama (HRG), Guará (HRGu), Ceilândia (HRC), Taguatinga (HRT), além de Hospital Materno-Infantil (Hmib), Hospital de Base (HBDF) e Hospital Universitário de Brasília (HUB). O Hran é referência em cirurgias oftalmológicas para crianças, o HRT destaca-se em procedimentos de catarata, e o HBDF lidera em atendimentos de emergência na área.
Para avaliação de grau de óculos, laudos médicos ou encaminhamentos, a orientação é procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Pessoas com deficiência visual que desejam solicitar a bengala longa para identificação de sua condição também podem ser avaliadas por uma equipe multiprofissional e encaminhadas à Oficina Ortopédica da SES-DF.
Especialistas enfatizam a importância da prevenção, alertando que muitas doenças, se não tratadas, podem resultar em cegueira total. Friggi destaca a necessidade de conscientizar a população sobre a importância de exames oftalmológicos de rotina para diagnóstico precoce e tratamento adequado, visando melhorar a qualidade de vida e evitar danos visuais irreversíveis.
Em 2023, a SES-DF lançou editais de credenciamento para intervenções oftalmológicas, estabelecendo contratos com a rede complementar para a realização de cirurgias eletivas. Três instituições de saúde dessa rede realizaram um total de 1.106 procedimentos oftalmológicos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), representando um investimento total superior a R$ 2,8 milhões e abrangendo cirurgias de catarata, estrabismo, vitrectomias e retinopexias.
Tribuna Livre, com informações da Secretaria de Saúde