O Governo do Distrito Federal (GDF) convidou Laura Esquivel para participar da elaboração da programação no estande da Secretaria de Relações Internacionais durante o evento. No encerramento da feira, no domingo (3), as atividades ficarão a cargo da Embaixada do Líbano.
Uma porção diversificada do mundo aportou na Feira do Livro de Brasília (Felib) por meio de uma iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF). Desde o início do evento, em 24 de novembro, até seu encerramento em 3 de dezembro, aproximadamente 30 embaixadas de diferentes países passaram pelo estande da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter), localizado no pilotis da Biblioteca Nacional de Brasília, levando consigo um pouco de sua cultura literária para os visitantes.
“Esta é a primeira vez que a Serinter participa da Feira do Livro. Tudo foi preparado para apresentar a cultura de outros países à população do Distrito Federal, especialmente aos estudantes. Estamos fortalecendo laços não apenas de amizade, mas também culturais”, enfatizou o secretário de Relações Internacionais, Paco Britto.
No sábado (2), a convidada especial foi a embaixadora do México e escritora Laura Esquivel, famosa pela trilogia literária “Como Água para Chocolate”. Durante sua participação, a autora leu um trecho do romance “O Meu Passado Negro”, participou de uma conversa com os visitantes, autografou livros e ofereceu uma iguaria preparada por ela, uma massa adocicada servida com pétalas de rosa açucaradas.
“Um evento como esse é muito importante. É uma forma de conhecer outras culturas, o que pode ser feito através do livro e da comida de um povo, por exemplo”, avaliou Laura Esquivel. A escritora destacou outras ações do GDF nesse sentido, como a visita dos embaixadores aos restaurantes locais para conhecer a cultura brasileira, e também celebrou o tema da feira, “Mulheres a toda prosa”. “A proposta das mulheres na literatura é mostrar um mundo de outras visões. Este é o momento de recuperar o feminino, reinventar uma sociedade que está um pouco separada e fragmentada”, completou.
Estar ao lado da escritora deixou a professora de espanhol Ana Paula Barbosa de Miranda emocionada. Ao lado da filha, ela assistiu ao bate-papo e garantiu um autógrafo da autora. “Em 1995, quando comecei a estudar espanhol, um dos primeiros filmes que assisti como estudante da língua foi a adaptação de ‘Como Água para Chocolate’. Então hoje, depois de tanto tempo, pensar que estou tendo essa oportunidade me deixa, como dizemos em espanhol, com ‘los pelos en punta’ de emoção”, definiu.
O professor Gustavo Cordeiro levou os alunos do CEM 03 de Taguatinga para participar da conversa com Laura. Ele já havia tido a oportunidade de conhecer a autora e sabia que os jovens estariam diante de uma escritora que aborda temas muito importantes, como a ancestralidade e o machismo. “Trouxe sete alunos meus para esse diálogo com a mexicana. Eles adoraram, ficaram fascinados porque atualmente as pessoas não têm mais tanto contato com a literatura. Acho excelente essa iniciativa de aproximar uma autora consagrada das pessoas”, avaliou.
O jovem Kayke Batista, 17 anos, admitiu não conhecer a obra de Laura, mas ficou curioso com seu trabalho. “Eu até já tinha ouvido falar dela, mas não conhecia seus livros. Ouvindo tudo que ela falou, me deu muita curiosidade para ler. Esse dia me fez ter uma visão melhor da literatura, porque a tecnologia acaba tampando nossa visão”, afirmou.
Para a estudante Eduarda Isabelly Corcieno, 16, atividades como essa aproximam os jovens dos livros. “Nossa geração, que é mais jovem, é mais distante da literatura porque ninguém mais compra livros. Então essa é uma experiência que nos faz aprofundar mais e querer ler”, comentou.
A 37ª Feira do Livro de Brasília acontece na Biblioteca Nacional de Brasília (Esplanada dos Ministérios) até 3 de dezembro, das 10h às 21h, com entrada franca.
Tribuna Livre, com informações da Agência Brasília