No entendimento dos protestantes, é necessário que o sentido da pascal seja debatido constantemente entre os cristãos. Esse é um dos motivos de eles não enfatizarem a Sexta-feira Santa.
Ilustração: Jesus Cristo Crucificado
No entendimento da Igreja Evangélica, o sentido bíblico
da Páscoa vem sendo desvirtuado pela mídia e por grande parte da população
cristã, sendo rica em simbologias pagãs.
Entre as simbologias pagãs citadas pelos evangélicos
estão o coelhinho da Páscoa e os ovos de chocolate.
O ovo e o coelho são símbolos que vieram dos antigos
povos, como os egípcios e os persas. Nessas culturas, os ovos eram tingidos e
dados aos amigos. Já os chineses usavam os ovos nas festas de renovação da
natureza.
Para a Igreja Evangélica, esses símbolos pagãos tiram o
verdadeiro sentido da Páscoa que é o sacrifício de Jesus Cristo.
Outro ponto levantado pelos evangélicos para não
celebrarem a Páscoa é que a comemoração realizada nos dias de hoje não se
assemelha à Páscoa bíblica.
O evangélicos entendem que a verdadeira Páscoa foi
consumada quando Cristo foi crucificado na cruz. Portanto, não teria mais
sentido a sua comemoração.
A Sexta-feira da Santa, portanto, é uma celebração
cultural.
Outro fator que leva os evangélicos a não celebrarem a
Sexta-feira da Paixão é a incerteza sobre a data da morte e ressurreição de
Cristo, já que o calendário usado na época era bem diferente do nosso
calendário atual.
Durante a Semana Santa, as celebrações evangélicas
acontecem normalmente, não alterando suas rotinas. Conforme os pastores, a vida
e o ministério de Jesus Cristo é relembrando constantemente, inclusive nesta
semana.
As mensagens nos cultos costumam ser temáticas,
enfatizando o ministério de Jesus Cristo. Também é celebrado o memorial da Ceia
do Senhor.
Esse é um período em que a Igreja Evangélica se utiliza
para explicar às pessoas o verdadeiro significado da morte e ressurreição de
Cristo, que deve trazer alegria e esperança a todos.
A Ceia do Senhor é celebrada mensalmente na Igreja
Evangélica.
Normalmente, ela ocorre no primeiro sábado ou no primeiro
sábado ou domingo de cada mês.
Na celebração é representada a grande festa da vida, a
esperança concreta para a salvação da humanidade perdida em seus pecados.
Na Sexta-feira da Paixão em si, feriado nacional,
normalmente não há celebrações nas igrejas evangélicas. Os fiéis são liberados
para aproveitar o feriado. Assim, eles costumam viajar, ficar com seus
familiares e ter uma aproximação maior com o Senhor.
A grande intriga de outras religiões é a questão dos
evangélicos comerem carne durante essa semana. Afinal, é pecado comer carne na
Sexta-feira Santa?
Pelo que se sabe, não há nada escrito na Bíblia que
impeça de comer carne. O jejum é considerado algo muito pessoal. Assim, a
comunidade evangélica pratica o jejum bíblico que é atemporal. O jejum, segundo
os evangélicos, traz consigo propósitos específicos e não ligados à tradição.
Para os membros da Igreja Evangélica, não é proibido
comer nada. Segundo os pastores, o que prejudica o homem não é o que entra pela
boca, mas sim o que sai dela.
No entanto, os evangélicos não condenam os membros que só
comem peixe no dia.
Páscoa Judaica
Ilustração de Jesus Cristo Ressuscitado.
A Sexta-feira da Paixão para os evangélicos é uma
tradição judaica. Assim, a Igreja Evangélica acredita que os protestantes não
devem viver de acordo com a tradição judaica, já que para eles o cristianismo
marca o tempo da graça.
Segundo os pastores, a própria Bíblia critica a tradição
seguida pelos judeus. A Páscoa era celebrada pelos judeus no deserto, depois
virou tradição.
Para os evangélicos, não foram os cristãos que mataram
Jesus, foi a tradição judaica. Jesus foi morto porque ultrapassou os limites
dessa tradição.
A Igreja Evangélica ainda prega que a verdadeira Páscoa
representa a passagem bíblica onde Moisés tira o povo de Deus da terra do
Egito. No entanto, quando Jesus veio à terra, ele acabou com a tradição,
substituindo a Páscoa pela Santa Ceia.