Manifestantes ocuparam as ruas de várias cidades no país neste domingo, em um protesto a favor de Bolsonaro e contra Alexandre de Moraes
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram nas ruas, neste domingo (3/8), em 62 cidades de todo o país. A pauta das mobilizações também inclui o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os atos ocorreram em todas as regiões do país, no contexto da imposição de medidas cautelares a Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica. Devido às restrições, o ex-presidente não pode sair de casa aos fins de semana e, por isso, não participou presencialmente de nenhuma das manifestações convocadas para este domingo, mas fez algumas videochamadas e assistiu aos atos em Brasília, transmitido por uma assessora, no Rio, pelo filho Flávio Bolsonaro (PL-SP), e em Belém, pela mulher, Michelle.
BRASÍLIA
Manifestação em apoio a Bolsonaro reúne milhares de pessoas em Brasília
Senadores, deputados federais e distritais estiveram presentes na ausência da família Bolsonaro
A manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília neste domingo (3/8) reuniu cerca de 4 mil pessoas, conforme apuração da PMDF, que acompanhou o evento. O senador Izalci Lucas (PL-DF) e as deputadas Bia Kicis (PL-DF) e Caroline de Toni (PL-SC) lideraram as falas no trio elétrico estacionado em frente ao prédio do Banco Central.
“A mensagem principal foi, fora Lula, fora Moraes. Nós estamos aqui lutando contra a tirania, contra a censura e estamos emprestando as nossas vozes a todos aqueles que estão calados pela tirania. Tantos presos políticos, há tanta gente encarcerado aqui, ou fora, de tornozeleira”, disse a deputada Bia Kicis.
Os parlamentares também reclamaram das sanções impostas pelo STF ao ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmaram que Bolsonaro está sendo censurado. De acordo com os deputados, só o fato dele não poder sair de casa e não poder se manifestar publicamente já configura uma ditadura no Brasil.
Participaram do ato os senadores Izalci Lucas (PL-DF), as deputadas Bia Kicis (PL-DF), Caroline De Toni (PL-SC), Mário Frias (PL-SP), Carla Dickson (PL-RN), senador Márcio Bittar (União-AC), o candidato ao senado pelo Novo, Sebastião Coelho Deputado e os deputados distritais Thiago Manzoni (PL), e Daniel de Castro (PP).
Exibindo tornozeleira eletrônica, Bolsonaro manda recado para apoiadores
Ex-presidente agradeceu apoio de manifestantes que foram às ruas em diferentes capitais do país neste domingo (3/8)

Bolsonaro aparece exibindo tornozeleira eletrônica – (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
Neste domingo (3/8), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu em vídeo gravado na sua residência para agradecer apoiadores que participaram de manifestações em sua defesa em diversas cidades brasileiras.
Sem autorização judicial para sair de casa nos fins de semana, Bolsonaro não compareceu presencialmente aos atos, mas enviou um recado por telefone durante discurso do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em Copacabana, no Rio de Janeiro. No vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-presidente aparece sentado, de bermuda, vestindo uma camisa com as cores do Brasil, com a tornozeleira eletrônica visível na perna.
“Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço e obrigado a todos. É pela nossa liberdade, pelo nosso futuro, pelo nosso Brasil. Sempre estaremos juntos. Valeu”, disse, em mensagem transmitida pelo viva-voz do celular ao público.
As manifestações ocorreram em cidades como Brasília — no Eixão, em frente ao Banco Central —, Rio de Janeiro, Belo Horizonte (Praça da Liberdade) e São Paulo, onde o ato na Avenida Paulista teve início às 14h. Os participantes entoaram gritos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de pedirem anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
AVENIDA PAULISTA
Cartão postal da cidade de São Paulo foi o ponto principal do ato realizado em diversas capitais do país; manifestantes pediram anistia para envolvidos no 8 de Janeiro.

Apoiadores do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), fizeram um ato na Avenida Paulista, no centro de São Paulo
Em discurso, Nikolas anunciou que será protocolado nesta semana o 30º pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes. “Ou os senadores expurgam Moraes do STF, ou eles serão expurgados do Congresso em 2026”, disse, dirigindo-se ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O parlamentar também cobrou que a Câmara dos Deputados paute o projeto de anistia. “Presidente Hugo Motta, chegou a hora de dividir os meninos dos homens. Não brinque com a vida das pessoas presas injustamente, com penas desproporcionais”, afirmou.
Com o slogan “Reaja, Brasil”, os atos deste domingo seguiram uma nova estratégia de descentralização, permitindo que parlamentares liderassem protestos em suas bases eleitorais. Além de São Paulo, também houve manifestações em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e Belém — onde participou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Nas redes sociais, lideranças bolsonaristas usaram frases como “Brasil acima do STF” e “Brasil com Bolsonaro” para convocar a militância. Em São Paulo, organizadores celebraram o grande público, embora lideranças como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o pastor Silas Malafaia tivessem relativizado a importância da quantidade de participantes em manifestações anteriores. Cavalcante ironizou os estudos de contagem de público da USP, que indicaram queda de presença em atos anteriores: “Uma tal da USP não sabe contar brasileiros”. O deputado Marco Feliciano (PL-SP) também ironizou: “Vão dizer que flopou. Flopou aonde?”.
As principais reivindicações dos manifestantes — anistia ampla para envolvidos no 8 de janeiro e o impeachment de Moraes — enfrentam forte resistência no Congresso. A análise de especialistas é que, apesar da mobilização, ambas as pautas têm baixa probabilidade de prosperar, especialmente sem apoio do Senado ou da presidência da Câmara. Ainda assim, os protestos mostram que a base bolsonarista permanece ativa e mobilizada.
COPACABANA
Apoiadores de Bolsonaro fazem ato em Copacabana, pedem anistia a acusados de golpe e levam bandeiras do Brasil e dos EUA. Com um telefone no viva-voz, Flávio Bolsonaro transmitiu mensagem do pai ao vivo aos apoiadores.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro participam de manifestação na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro participaram, neste domingo (3), de um ato na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A manifestação foi convocada por aliados de Bolsonaro para várias cidades do país.
Durante o protesto, os manifestantes pediram a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, em Brasília — considerado o maior atentado às instituições da República desde a redemocratização do país.
Também houve pedidos de “fora Lula” e “fora Moraes”, contra o presidente do Brasil e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Moraes foi recentemente enquadrado na Lei Magnitsky pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A lei é utilizada para punir estrangeiros com uma série de sanções (entenda aqui).
Além de muitas bandeiras e camisas do Brasil, também havia bandeiras dos Estados Unidos. O país impôs tarifas de 50% às exportações brasileiras em uma tentativa de interferir no Judiciário brasileiro, segundo o próprio Trump.
BELO HORIZONTE
Manifestantes se reúnem na Praça da Liberdade em ato contra Lula e Moraes
Protesto organizado por lideranças da direita aconteceu simultaneamente em diversos municípios e pede impeachment do ministro e do presidente da República

Ato realizado neste domingo (3/8) reúne milhares de pessoas na Praça da LiberdadeFoto: Clarisse Souza Dornelas / O TEMPO
O ato na Praça da Liberdade contou com os principais quadros do PL em Minas Gerais, como o deputado federal Nikolas Ferreira, o deputado estadual Bruno Engler, o deputado federal e presidente estadual da sigla, Domingos Sávio, o deputado federal Cabo Júnio e os vereadores de Belo Horizonte Pablo Almeida e Vile. O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), aliado de Bolsonaro, também participou do protesto. A expectativa do grupo é reunir entre 10 mil e 30 mil pessoas na capital mineira.
O ato ocorreu na esteira de decisões recentes de Moraes, que fechou o cerco contra o ex-presidente Jair Bolsonaro ao impor uma série de medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. As imposições foram determinadas no âmbito da investigação que apura a atuação de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-mandatário, que é acusado de interferir junto ao governo dos Estados Unidos para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e o STF. Conforme a decisão do magistrado, foi identificado risco de fuga de Bolsonaro, o que também levou à determinação de recolhimento noturno.
O ato desde domingo se ancorou nesta e em outras decisões anteriores de Moraes para acusar o magistrado de extrapolar limites constitucionais e, segundo o grupo, fazer uso da Suprema Corte para perseguição política.
“Todos os movimentos conservadores de Belo Horizonte estão reunidos aqui e Nossa principal pauta é pressionar o Senado para que a gente peça o impeachment de Moraes”, reiterou Cristiano Reis, uma das lideranças do movimento.
Um dos primeiros parlamentares a chegar ao ato, o deputado estadual Eduardo Azevedo (PL) também subiu o tom contra o ministro do Supremo durante a manifestação. “É um ato de defesa da democracia e da liberdade de expressão. E hoje o povo está mostrando que não se acovardou. É o momento de o povo se levantar e de a gente pautar esse tão sonhado pedido de impeachment (contra Moraes)”, disse.
Em relação ao governo do presidente da República, o grupo protesta contra o que chama de “irresponsabilidade institucional”. Com cartazes com dizeres como “Fora Lula” e “Lula pai dos impostos”, os manifestantes entoram palavras de ordem contra o mandatário petista e também pedem o impeachment do presidente.
Tribuna Livre, com informações de Redes Sociais/Youtube