Na grande final da Copa América Feminina, o Brasil empatou no tempo normal com a Colômbia por 4 a 4 e venceu nas penalidades
O triunfo de Marta e companhia na final da Copa América, neste sábado, foi um verdadeiro teste para cardíaco. Além de seis gols, três para cada lado, no tempo regulamentar contra a Colômbia, com direito a um da rainha já nos acréscimos, e outros dois na prorrogação, a vitória brasileira foi conquistada na disputa de pênaltis. No dia seguinte ao resultado, Carlo Ancelotti, atual técnico da equipe masculina, parabenizou as atletas.
“Muitos parabéns à Seleção Brasileira por essa grande vitória! Estamos muito felizes”, escreveu ele, em português, em sua conta no Instagram, compartilhando um vídeo das jogadoras levantando a taça.
O italiano foi anunciado pela Confederação Brasileira de Futebol no último mês de maio. Antes de ser técnico da seleção masculina, seu último trabalho foi no Real Madrid, clube em que colecionou títulos.
Hegemonia mantida
Ao contrário da última final da Copa América, em que o Brasil ganhou da Colômbia por 1 a 0 com um gol de pênalti, a decisão teve direito a todo tipo de emoção. A seleção brasileira ficou atrás no placar durante boa parte do jogo: aos 25 minutos, Linda Caicedo abriu o marcador, e a partir daí se iniciou uma longa jornada do Brasil de correr atrás do prejuízo. Totalmente dominado pelas adversárias, o Brasil empatou de pênalti com Angelina, já nos acréscimos da primeira etapa — depois de duas substituições.
No segundo tempo, o Brasil subiu de rendimento e vivia seu melhor momento na partida, até que Tarciane calibrou mal um recuo e empurrou contra a meta de Lorena, que não conseguiu evitar. Mas a seleção brasileira não se abalou e seguiu buscando o empate a todo incessantemente. O esforço deu resultado com um gol da artilheira da Copa América, Amanda Gutierres, em belo chute cruzado contra o gol de Tapia — sua companheira de Palmeiras.
Mas a defesa brasileira, principal problema durante toda a partida, voltou a falhar. Isa Haas e Mariza apenas acompanharam Linda Caicedo e Mayra Ramírez e observaram quando a atacante do Chelsea deixou a Colômbia na frente mais uma vez, aos 38 do segundo tempo. Mas a estrela de Marta Vieira da Silva, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, brilhou.
Aos 39 anos, ela empatou a partida no último lance do tempo regulamentar, com um chute fuzilante de fora da área. E, como se fosse pouco, marcou mais uma vez no primeiro tempo da prorrogação, aproveitando uma bola lançada na área e empurrando com a ponta da chuteira a bola para o fundo da rede. Na comemoração, beijou a própria chuteira: uma reverência à genialidade da Rainha do futebol.
Mesmo com o cansaço visível, as colombianas não desistiram. Aos 116 minutos, apenas quatro para o final da prorrogação, Leicy Santos cobrou uma falta perfeita da entrada da área e igualou o placar mais uma vez. A goleira Tapia novamente pediu atendimento médico e desperdiçou minutos de bola rolando, um hábito que manteve do segundo tempo regulamentar em diante. As equipes foram para os pênaltis com 4 a 4 no placar.
Nas penalidades, o clima ficou ainda mais tenso. Tarciane, Gutierres e Mariza acertaram para o Brasil, mas Angelina parou nas mãos de Tapia. Do lado da Colômbia, Usme e Restrepo converteram, mas Pavi isolou e Lorena defendeu a cobrança de Leicy Santos. Na quinta cobrança, Marta se preparou para bater o pênalti do título, mas a goleira colombiana defendeu. Nas cobranças alternadas, Jhonson e Luany marcaram, enquanto Bonilla descontou. Quem decidiu foi a goleira brasileira, que acertou o lado da finalização de Carabalí e garantiu não só o nono título para o Brasil e a manutenção da hegemonia no continente.
Tribuna Livre, com informações da diretoria da CBF