02/11/2025

Após bate-boca com Trump, Zelensky recebe apoio contundente de líderes europeus e do Canadá em cúpula de Londres

Líderes europeus e do Canadá se reúnem em Londres para discutir futuro da guerra na Ucrânia — Foto: JUSTIN TALLIS / POOL / AFP

Autoridades da Otan e chefes de Estado da UE, Reino Unido e Canadá discutiram planos para acabar com a guerra e fortalecer a segurança no continente europeu

A Europa enfrenta um “momento único” para consolidar sua segurança, disse, neste domingo, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, ao abrir uma cúpula com 18 países e organizações aliadas da Ucrânia na presença do presidente desse país, Volodymyr Zelensky, dois dias depois de seu forte bate-boca com Donald Trump na Casa Branca. A reunião de Londres neste domingo também ocorre às vésperas de outro encontro europeu sobre a Ucrânia previsto para 6 de março em Bruxelas.

— Espero que saiba que estaremos todos com você e com o povo da Ucrânia durante o tempo que for necessário. Todos ao redor desta mesa — disse Starmer ao líder ucraniano, sentado a seu lado. — Este é um momento único em uma geração para a segurança da Europa. Obter um bom resultado para a Ucrânia não é apenas uma questão de certo ou errado; é vital para a segurança de cada nação aqui e de muitas outras também.

Starmer também defendeu que “a Europa deve fazer o trabalho pesado” para encerrar a guerra na Ucrânia, mas que precisa do apoio dos EUA.

— A Europa deve fazer o trabalho pesado [para garantir a paz na Ucrânia] — declarou em uma entrevista coletiva após a cúpula. — A Europa deve fazer o trabalho pesado, mas para apoiar a paz em nosso continente, e para ter sucesso, esse esforço deve ter um forte apoio dos EUA.

O primeiro-ministro britânico havia anunciado, algumas horas antes do início da cúpula, que Reino Unido e França estão trabalhando com a Ucrânia “em um plano para o fim dos combates” no conflito desse país com a Rússia.

— Estabelecemos que o Reino Unido, junto com a França e talvez mais um ou dois [países], vão trabalhar juntos com a Ucrânia em um plano para o fim dos combates, e depois discutiremos esse plano com os Estados Unidos — disse Keir Starmer .

O premier britânico, e os presidentes de França e Ucrânia, Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky, viajaram esta semana, em eventos separados, para Washington para se encontrarem com o presidente americano.

A reunião deste domingo em Londres teve como objetivo buscar acordos em matéria de segurança e mostrar seu apoio a Ucrânia. Foram convidados os dirigentes de França, Alemanha, Dinamarca, Itália, Turquia, Holanda, Noruega, Polônia, Espanha, Finlândia, Suécia, República Tcheca e Romênia, entre outros.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, e os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, bem como o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, também estavam presentes na cúpula.

— Estamos todos muito comprometidos com um objetivo que queremos alcançar, que é uma paz justa e duradoura na Ucrânia. Acho que é muito importante que evitemos o risco de o Ocidente se dividir — apontou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

Meloni também se reuniu com Zelensky à margem da cúpula. “A reunião reafirma o apoio da Itália à Ucrânia e a seu povo, bem como o compromisso, com seus parceiros europeus, ocidentais e dos Estados Unidos, de construir uma paz justa e duradoura, que garanta um futuro de soberania, segurança e liberdade para a Ucrânia”, disse o governo italiano em comunicado.

Ucrânia e Europa acompanham com preocupação a aproximação entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin, que iniciaram negociações bilaterais para encerrar a guerra sem convidar a Ucrânia nem os europeus

“No século XXI, as relações entre os países são de alianças, não de vassalagem. A época dos países subordinados acabou. Hoje defendemos uma ordem internacional de países livres, iguais e soberanos. Por isso defendemos a Ucrânia perante a ameaça neoimperialista de Putin”, escreveu o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, na rede social X, antes da reunião de Londres.

O governo britânico firmou na noite de sábado um acordo de empréstimo de 2,26 bilhões de libras esterlinas (R$ 16,6 bilhões) para apoiar as capacidades de defesa da Ucrânia.

Tribuna Livre, com informações da AFP

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