22/10/2025

Argentina: Milei coloca em prática medidas econômicas com sua abordagem radical.

Forte desvalorização do peso argentino frente ao dólar é uma das medidas tomadas pelo governo de Javier Milei(foto: AFP)

Luis Caputo, ministro da Economia do governo de Javier Milei, revela as primeiras ações do conjunto de medidas para ajuste fiscal, concentrando-se na significativa desvalorização do peso, diminuição de subsídios e redução de despesas públicas. Especialistas antecipam um aumento na taxa de inflação.

Em meio a um clima de suspense e com um atraso de pouco mais de duas horas, o ministro da Economia da Argentina, Luis “Toto” Caputo, anunciou as primeiras nove medidas econômicas do governo de Javier Milei, visando conter uma possível hiperinflação. O primeiro pacote do ajuste fiscal de urgência da Casa Rosada, sob o comando do ultralibertário, destaca-se pela forte desvalorização da moeda, estabelecendo que o dólar oficial passará a valer 800 pesos argentinos. Além disso, as medidas incluem a redução dos subsídios para tarifas de energia e transporte, bem como a contenção de gastos públicos, marcando o início da implementação da “política de motosserra” de Milei, com cortes em despesas.

Caputo enfatizou a necessidade de conter o deficit fiscal, apontando-o como a raiz de uma das piores crises das últimas décadas. Ele alertou para a inevitabilidade de hiperinflação caso não haja uma intervenção imediata. O ministro destacou a mudança de abordagem, buscando solucionar a raiz dos problemas, em contraste com as práticas anteriores de reestruturação da dívida.

Além da desvalorização cambial, as medidas contemplam a redução de gastos públicos, incluindo cortes em novas licitações de obras públicas, enxugamento de ministérios, diminuição nos repasses financeiros do Estado às províncias e redução nos subsídios sobre tarifas de energia elétrica e transportes.

Ainda que o diagnóstico de Caputo seja considerado correto, especialistas expressam preocupação com os potenciais custos sociais das medidas, especialmente em relação à retirada de subsídios para setores vulneráveis. Analistas preveem um aumento significativo na taxa de inflação, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, descreveu as medidas como um passo importante para a restauração da estabilidade econômica na Argentina.

Tribuna Livre, com informações da AFP

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