09/05/2025

Arte Brasil leva oficinas gratuitas para mulheres do Itapoã e fortalece laços na comunidade

Edilma Alves: “Eu apoio muito esse projeto porque sei o quanto ele pode ajudar outras mulheres, assim como me ajudou” | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

Com percussão terapêutica, crochê e artesanato sustentável, projeto promove aprendizado, bem-estar e autonomia financeira para as participantes

Com batucada, risadas e muita energia, o Arte Brasil deu início à terceira edição das oficinas gratuitas, com percussão terapêutica, artesanato com materiais recicláveis e crochê. Voltado para mulheres do Itapoã, o projeto proporcionará, ao longo de seis meses, um espaço de aprendizado, expressão e convivência. As 25 participantes terão a oportunidade de desenvolver novas habilidades e fortalecer laços dentro da comunidade. Os encontros acontecem todas as quintas-feiras, das 14 às 17h, na Casa de Cultura Kanzuá do Batukenjé.

Esta edição do Arte Brasil conta com o financiamento da Lei Paulo Gustavo (LPG). O projeto recebeu R$ 89 mil para realizar as oficinas, com material e lanche para as participantes. No Distrito Federal, foram destinados R$ 48,1 milhões para a distribuição de recursos no setor cultural. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) é responsável pela gestão desses recursos.

“Eu apoio muito esse projeto porque sei o quanto ele pode ajudar outras mulheres, assim como me ajudou”, afirma a confeiteira Edilma Alves, 50, que participa pela segunda vez do Arte Brasil. Na primeira oportunidade, precisou interromper as atividades devido a um problema  na coluna.

“Quando comecei aqui, eu estava com depressão, e o projeto foi fundamental para me ajudar a sair dessa fase difícil. Muitas mulheres que participam enfrentam desafios semelhantes, ou depressão ou problemas em casa. Eu mesma passei por um momento delicado após a separação do meu marido. Fiquei tão abalada que, por um tempo, quase não conseguia sair de casa. Mas agora estou determinada a concluir o curso e seguir em frente, afinal é uma forma de ganhar dinheiro também”, destaca.

O idealizador do projeto, o mestre Célin do Batukenjé, ressalta que o espaço ajuda muitas mulheres que sofreram violência doméstica e passavam muito tempo dentro de casa, sem contato com outras pessoas. “Com isso, elas saem desse isolamento, conhecem um novo mundo e se conectam com outras pessoas”, explica. Além disso, Célin, que promove inclusão e conhecimento na cidade há mais de dez anos, explica que a inclusão é essencial, especialmente para aqueles que muitas vezes se sentem isolados, como os idosos. “Infelizmente, muita gente não quer estar perto deles, mas nós queremos. Criamos atividades para envolvê-los e proporcionar uma melhor qualidade de vida”, afirma.

“Muitas moram aqui há anos, mas não conheciam os próprios vizinhos, apenas viam rostos familiares na padaria ou no mercado. Depois de participarem do projeto, percebo que elas estão mais alegres e confiantes. A vida delas mudou porque passaram a ter mais informação e interação social”, complementa o idealizador do projeto.

Oficinas

A maior novidade deste ano é a introdução da percussão terapêutica. Ela ajuda a quebrar a timidez, levantar a autoestima e trazer novas experiências. Segundo Célin, a percussão nivela as pessoas. “Quando nos sentamos para tocar, não importa se alguém é advogado, médico ou trabalha com qualquer outra coisa; todos são iguais ali dentro da roda. Isso fortalece o espírito de coletividade e compartilhamento”, explica.

Além dos exercícios musicais, as participantes têm um momento de conversa, brincadeiras e interação. Em seguida, elas vão para as oficinas de crochê e artesanato. A professora de crochê, Maria da Guia, conta que o ensino dessa prática é bem diversificado. Ela apresenta cinco modalidades e receitas ao longo da oficina.

“Elas ficam encantadas desde o início, ao aprender a manusear a linha e a agulha. Mas o mais bonito é que, entre um ponto e outro, surgem conversas, trocas de histórias e novas amizades”, diz. Maria ainda ressalta o quanto é gratificante ver essa mudança e perceber que estão ajudando a tirar mulheres do isolamento e proporcionando momentos de alegria e bem-estar.

A dona de casa Adriana Gomes, 52, tinha o sonho de aprender a fazer crochê desde criança e que agora ela tem a oportunidade de se aperfeiçoar nessa técnica. “Quero aprender mais, melhorar minha técnica e quem sabe, no futuro, até transformar isso em uma fonte de renda”, conta.

A professora ressalta que todo o material é fornecido às alunas, e elas ficam com as peças que confeccionaram, seja para uso próprio, presente ou venda. Ela explica que muitas participantes não têm renda, e o crochê pode se tornar uma fonte de sustento. Na edição passada, houve uma exposição para que a comunidade conhecesse e valorizasse os trabalhos produzidos.

Tribuna Livre, com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF)

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