A crescente demanda por viagens aéreas, que pode quase dobrar até 2040, impõe desafios significativos para a redução das emissões de carbono, já que a aviação é responsável por 2,5% das emissões globais. A busca por alternativas ao querosene tradicional tornou-se uma prioridade urgente para o setor.
O combustível de aviação sustentável (SAF) emerge como uma das principais soluções, mas enfrenta obstáculos como o alto custo e a baixa disponibilidade, representando atualmente menos de 1% do consumo global.
Um estudo recente aponta para uma alternativa promissora: a conversão de resíduos sólidos urbanos em matéria-prima para a produção de SAF. A pesquisa avaliou a produção de querosene a partir de lixo urbano através de gaseificação em escala industrial e síntese Fischer-Tropsch.
A análise do ciclo de vida revelou que essa abordagem tem o potencial de reduzir as emissões entre 80% e 90% em comparação com o combustível convencional. Jingran Zhang, principal autor do estudo, destaca o potencial transformador de converter o lixo diário em combustível para uma aviação mais limpa.
O estudo indica que a utilização do lixo urbano em escala global poderia gerar até 50 milhões de toneladas de combustível anualmente, reduzindo as emissões do setor em 16%. A incorporação de hidrogênio verde ao processo poderia elevar a produção para 80 milhões de toneladas, atendendo até 28% da demanda mundial.
Michael B. McElroy, coautor do estudo, enfatiza a necessidade de colaboração entre governos, produtores e companhias aéreas para expandir essa tecnologia. Apesar do potencial, a viabilidade da expansão depende de políticas robustas e incentivos que tornem o SAF economicamente competitivo em larga escala. A ampliação dos sistemas de gaseificação também se apresenta como um desafio técnico a ser superado.
Fonte: olhardigital.com.br










