Valor destinado para financiamento contempla empresas de todos os portes afetada por qualquer percentual de tarifa de exportação aos EU
Além de detalhar as medidas para financiamento de empresas afetadas pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos para importações de origem brasileira, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta sexta-feira (22/8), a liberação de R$ 10 bilhões para duas outras linhas de crédito complementares para auxiliar, também, os setores afetados com o tarifaço.
A linha Giro Emergencial Complementar será destinada para cobrir gastos operacionais gerais, enquanto que a modalidade Giro Diversificação Complementar servirá para financiar a busca por novos mercados. Em ambas as linhas, empresas com produtos tarifados pelos EUA (por qualquer alíquota) e de qualquer porte, mesmo que atendidas por outras modalidades, terão acesso aos produtos.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, explicou que a abertura da nova linha tem o objetivo de ser um complemento para as outras modalidades anunciadas pelo governo federal, que vão destinar R$ 30 bilhões ao todo para essas empresas. Além disso, ele destacou a possibilidade de que empresas atingidas por outras tarifas, além da máxima de 50%, possam adquirir o crédito.
“Elas também foram atingidas com alíquotas menores. Então nós vamos colocar R$ 10 bilhões a mais, um pouco abaixo da Selic, não são as mesmas condições das outras empresas, porque o impacto é menos severo, mas ainda assim com taxas abaixo da Selic e vamos mostrar como essa operação vai ser feita”, justificou Mercadante, em entrevista coletiva na sede do banco, no Rio de Janeiro.
De acordo com o Ministério da Fazenda, 35,9% dos produtos brasileiros comercializados com os EUA são tarifados com 50%. Outros 44,6% de itens são taxados com 10%, de acordo com as alíquotas anunciadas no dia 5 de abril de 2025, chamado “Dia da Libertação”, pelo presidente Donald Trump. O restante (19,5%) está sujeito às tarifas da Seção 232, que variam de acordo com o produto (5% para autopeças, automóveis; 50% para aço, alumínio e cobre, por exemplo.
A linha Giro Emergencial Complementar prevê taxa de juros de 1,15% ao mês, mais spread bancário. O prazo nesta modalidade é de cinco anos, incluso o limite de até um ano de carência. Já a linha Giro Diversificação Complementar cobrará taxa de juros de 0,29% ao mês, acrescidos da variação do dólar e spread bancário. O limite, neste caso, será de sete anos, com um ano de carência adicional.
“Então, é um programa que nós vamos continuar avaliando e ajustando ao longo do processo, como foi com a experiência do Rio Grande do Sul, mas a orientação do presidente Lula é “ninguém fica para trás”. E é um programa de apoio às empresas e ao emprego”, acrescentou o presidente do BNDES.
Tribuna Livre, com informações do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)