18/12/2025

Bombeiros reforçam segurança no Lago Paranoá com novos postos de socorro

O Lago Paranoá ganhou dois novos postos de socorro pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Mais dois pontos do CBMDF com equipes preparadas e equipamentos de resgate estão à disposição na orla, próximos à Ponte JK e à Prainha do Lago Norte

A segurança dos frequentadores do Lago Paranoá foi ampliada com a instalação de dois novos postos de socorro pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). As estruturas estão localizadas em pontos estratégicos da orla: um próximo à Ponte Juscelino Kubitschek e outro no popular piscinão do Lago Norte. Agora, são cinco pontos com bombeiros espalhados em locais estratégicos às margens do lago, ocupando a Ponte JK, a Ponte do Bragueto, a Prainha do Lago Norte e a Prainha da Asa Sul, na Praça dos Orixás.

A decisão de ampliar a cobertura dos guarda-vidas foi motivada pelo aumento expressivo do número de banhistas, especialmente nos fins de semana e feriados. De acordo com estimativas da corporação, cada um desses pontos recebe, diariamente, mais de 500 pessoas em busca de lazer e contato com a natureza. E, com o programa de transporte público gratuito Vai De Graça, implementado em março deste ano pelo Governo do Distrito Federal (GDF), a tendência é que as pessoas aproveitem os dias de sol para explorar ainda mais o Quadradinho.

Com os novos postos em operação, o intuito é garantir atendimento rápido e eficiente em casos de emergência, além de intensificar a orientação aos banhistas sobre práticas seguras nas águas. Totalmente equipados e prontos para o atendimento, os postos contam com profissionais treinados para atuar em situações de risco, como afogamentos, acidentes aquáticos e primeiros socorros.

De acordo com a sargento Camila Rodrigues, guarda-vidas do Grupamento de Busca e Salvamento, a Ponte JK e a Prainha do Lago Norte são as regiões com mais movimento de banhistas, especialmente após a pandemia, um período em que as pessoas descobriram o Lago Paranoá como um local de lazer e qualidade de vida. Contudo, também houve um aumento nos índices de afogamento nessas localidades.

A bombeira relaciona o quadro à falta de conhecimento e informação, reforçando que o intuito dos alertas de cuidado não é para que as pessoas deixem de frequentar o lago, mas para que aproveitem com segurança nos locais onde há os postos do CBMDF, cientes de que há uma equipe pronta para prestar o socorro necessário.

“A gente está aqui, além de fazer a prevenção, para informar. Se você não sabe nadar, coloque um colete e pergunte ao bombeiro qual é o melhor lugar para entrar, onde tem menos pedras. O Corpo de Bombeiros está pronto para atender a população sempre que precisar. Nós temos todos os equipamentos disponíveis, viaturas, flutuantes… A gente está aqui para garantir a segurança da população”, complementa a militar.

O mecânico industrial Sebastião Cardoso da Costa, 47, aproveitou o dia de sol para curtir um piquenique com a família na orla do lago e escolheu o lugar próximo ao novo posto de socorro dos bombeiros. Aproveitando a vista ampla para a Ponte JK, ele afirma que se sente mais seguro: “É muito importante viver esse momento sabendo que se acontecer algo que não esteja previsto, tem alguém para nos socorrer. A gente traz criança e todo mundo sabe como é, pisca o olho e lá está o menino aprontando. Então, se tem alguém olhando, se tem posto de bombeiro para todos os lados, é importante”.

Ilha do Tesouro

De acordo com o relatório “Estatísticas de Ocorrências Aquáticas Atendidas pelo CBMDF”, foram registrados 62 afogamentos em 2024, sendo 19 óbitos. Neste ano, até o dia 31 de março, foram contabilizados 20 afogamentos e 11 óbitos. Os dados reforçam a necessidade de atenção na hora de utilizar o lago – não como uma barreira para aproveitar o espaço de lazer, mas como um alerta para se divertir com atenção e segurança.

Entre os esportes que mais crescem no meio aquático e também ganham popularidade, está o stand up paddle, por vezes traduzido como remo em pé ou surfe com remo. O instrutor da modalidade Laélio Araújo Costa, 36, ressalta a importância do novo posto dos bombeiros, com a viatura alocada em um ponto estratégico onde os banhistas entram na água: “É muito importante, porque tem muita gente que bebe e quer entrar na água. Se afogar, o bombeiro vai estar aí para ajudar. Domingo passado mesmo teve um afogamento nessa área, há cerca de cinco metros da margem; então esse reforço ajuda na segurança da região, fica mais rápido o socorro”.

Grande parte dos afogamentos ocorrem perto de uma ilhota localizada nas proximidades da Ponte JK, conhecida popularmente como Ilha do Tesouro. Muitas pessoas se arriscam até lá, por parecer um local perto para alcançar a nado. Mas a distância da margem chega a aproximadamente 50 metros. Laélio afirma que os bombeiros já prestavam muito socorro no local antes do posto e alertou para a conscientização necessária para aproveitar a área sem riscos: “O lago é fundo, uma vez um pessoal deixou os pertences caírem do barco e, quando acionaram o resgate, viram que tinha 15 metros de profundidade. Tem que ter muito cuidado. A maioria das pessoas que se afogam são as que sabem nadar, tem gente que ainda quer tirar o colete, mesmo sendo obrigatório utilizar”.

A sargento Camila reforça que não é proibido ir até a ilha, mas é importante saber nadar, de preferência não ir sozinho e estar com um objeto que ajude a flutuar, como um colete salva-vidas. “As pessoas não sabem o real perigo, o lago fica profundo muito rápido. Então, às vezes estão ali conversando com água na altura do joelho, dá três passos e a água já cobre a cabeça. Junta a bebida e a desinformação – às vezes, as pessoas utilizam um colchão ou uma caixa de isopor como uma boia, achando que aquilo vai salvar a vida delas e não vai”.

O estudante Matheus Severo, 25, navega no Lago Paranoá com frequência e chama atenção para a importância do uso do colete, principalmente para quem vai praticar alguma atividade, em vista do risco de desequilibrar ou ter câimbras, situações em que a vítima, no desespero, pode se afogar. “Eu frequento bastante o lago e, mesmo sabendo nadar, é essencial o uso do colete, que salva vidas mesmo, além de auxiliar. Quando a pessoa está se afogando, cada segundo conta; então, quanto mais postos dos bombeiros, melhor, porque os banhistas não estão concentrados em apenas uma área”, destaca o jovem.

Em caso de risco de afogamento, os guarda-vidas estão de prontidão para prestar socorro. Ao perceber uma ocorrência, a população pode procurar o posto de atendimento mais próximo ou acionar os bombeiros pelo telefone 193.

Tribuna Livre, com informações do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF)

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