Governador de Goiás tenta consolidar partido como oposição “puro sangue” ao governo Lula e critica permanência de ministro no cargo
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), defendeu nesta quarta-feira (8/10) a abertura de processos disciplinares contra o ministro do Turismo, Celso Sabino. Pré-candidato à Presidência da República, o goiano tem se empenhado em reforçar o perfil oposicionista da legenda e criticou duramente a presença do correligionário no governo federal.
“Como ele quer ficar no governo, num partido que faz oposição, e manter as regalias do partido? Ele não pode fazer do seu projeto pessoal algo acima das regras partidárias. A executiva do partido já deliberou sobre o assunto. Não dá para ser soldado de Lula e do União Brasil”, afirmou Caiado, ao chegar à sede nacional da sigla, em Brasília.
O governador classificou a permanência de Sabino no Executivo como uma “imoralidade ímpar” e defendeu que o partido adote medidas rigorosas contra integrantes que mantêm vínculos com o governo. A posição reforça a estratégia de Caiado de ampliar sua base na direita e consolidar o União Brasil como uma alternativa ao Palácio do Planalto nas próximas eleições.
O União Brasil anunciou recentemente a formação de uma federação com o Progressistas (PP). O acordo prevê a atuação conjunta das duas siglas por, no mínimo, quatro anos, com o objetivo de construir uma candidatura competitiva à Presidência em 2026.
Como primeiro passo, os partidos determinaram o rompimento formal com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A movimentação é vista como parte de uma reconfiguração da oposição, que busca se firmar como um bloco coeso diante da fragmentação do campo conservador.
Com o endurecimento do discurso, Caiado tenta se projetar nacionalmente e ocupar o espaço deixado por antigos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A defesa da expulsão de Celso Sabino, nesse contexto, simboliza o esforço do goiano em transformar o União Brasil em um partido de oposição “puro sangue”.
Tribuna Livre, com informações da Agência Senado