Profissionais de saúde destacam que o surgimento da doença é potencializado por hábitos prejudiciais, como a ingestão de alimentos processados, tabagismo, sedentarismo, entre outros.
A campanha Março Azul-Marinho destaca a conscientização e combate ao câncer de intestino ou colorretal em todo o país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que no triênio 2023/2025 ocorram 45.630 novos casos da doença no Brasil, afetando mais de 136 mil brasileiros, sendo o terceiro tipo mais comum de câncer, atrás apenas dos de mama e próstata.
Os especialistas apontam que a incidência da doença tem aumentado entre pessoas mais jovens, o que é resultado de hábitos alimentares e estilo de vida. Entre os fatores de risco estão o consumo de carnes processadas, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e histórico familiar da doença.
Dannilo Silveira, membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e coordenador do ambulatório da Unidade de Coloproctologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), ressalta que o aumento da incidência em uma população mais jovem é um sinal de alerta. Ele destaca a importância de mudar os hábitos, já que a doença é prevenível e está relacionada à má qualidade de vida.
A campanha visa conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. Segundo Silveira, é fundamental chamar a atenção para a saúde intestinal, pois o câncer colorretal é altamente incidente e fatal. Ele observa que, embora as pessoas visitem regularmente ginecologistas e urologistas, não há o mesmo cuidado com questões intestinais.
O câncer colorretal origina-se no intestino grosso e no reto, regiões finais do trato digestivo. Outros fatores de risco incluem obesidade, idade acima de 50 anos e histórico familiar da doença. O diagnóstico precoce é crucial, pois os sintomas geralmente aparecem nos estágios avançados. O rastreamento e a detecção precoce são essenciais para o tratamento.
A coloproctologista da rede pública de saúde Joele Melo destaca que os protocolos da Secretaria de Saúde (SES) estão alinhados com os procedimentos internacionais, incluindo o rastreamento da doença em pessoas assintomáticas. Ela explica que a colonoscopia é um exame fundamental para diagnóstico e tratamento precoce.
O exame de sangue oculto nas fezes pode identificar pequenos sangramentos causados por pólipos e tumores intestinais. Se houver alterações, o paciente é encaminhado para a colonoscopia, que pode diagnosticar e tratar algumas lesões, evitando o câncer. As unidades básicas de saúde são a porta de entrada para o diagnóstico precoce e tratamento inicial.
Os exames de colonoscopia são realizados em diversos hospitais regionais e no Hospital de Base, gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF). Em 2023, quase 7 mil exames foram feitos na rede de saúde do Distrito Federal.
Tribuna Livre, com informações da Secretaria de Saúde [SES]










