Além de não usar o hijab, obrigatório no Irã, Ahmadi desafiou outra lei: que proíbe as mulheres de se apresentarem em público no país
A cantora iraniana Parastoo Ahamdi foi presa no sábado (14/12) após ter feito um show sem o uso do hijab e com os ombros à mostra, desafiando o código de vestimenta do país. O advogado da cantora disse que não tem informações sobre ela, que está incomunicável.
Parastoo teve a casa invadida e levada para o Ministério Público de Segurança de Teerã para ser interrogada. Segundo o portal Emtedad, além da cantora, dois membros de sua banda, Ehsan Birghidar e Sohail Faqih Nasiri, foram privados de qualquer contato com o mundo exterior.
Além de não usar o hijab — lenço ou cobertura para cabeça, de uso obrigatório para as iranianas, Ahmadi desafiou outra lei do Irã, que proíbe as mulheres de se apresentarem em público no país.
A cantora transmitiu sua apresentação no Youtube na quarta-feira (11/12), ato que recebeu admiração dos iranianos e de ativistas pelos direitos das mulheres.
Na introdução do show, Parastoo disse querer cantar para as pessoas que amava. “Este é um direito que não posso ignorar: cantar para a terra que amo muito”, acrescentou.
O episódio se enquadra em um contexto maior de resistência contra as normas de moralidade no Irã. Os protestos se intensificaram com o movimento “Mulheres, Vida e Liberdade”, iniciado em 2022 após a morte de Mahsa Amini, espancada pela polícia da moralidade iraniana.
Tribuna Livre, com informações do portal Emtedad,