Instituto das cavalhadas e Ynâe Siqueira (UB) se pronunciaram sobre o caso
Um cavaleiro foi expulso das Cavalhadas de Pirenópolis após entregar uma argola — item que representa honra e habilidade na encenação — para a ex-candidata a prefeita da cidade, Ynâe Siqueira (UB). O Instituto Cultural Cavalhadas de Pirenópolis, entendeu o ato de Paulo Geovane de Oliveira como uma manifestação de cunho político, o que fere o regimento interno da organização, e ele não faz mais parte do quadro de participantes da festa.
O comunicado destaca que a atitude do cavaleiro gerou vaias imediatas do público presente. “A Cavalhada é uma manifestação cultural e religiosa, com caráter apartidário. Ao longo de seus 199 anos, manteve-se acima de interesses políticos, sendo sustentada pelo povo pirenopolino, independentemente de partidos ou governos”, afirma a nota.
A decisão foi unânime entre Reis, Embaixadores e demais cavaleiros dos Castelos Cristão e Mouro, que consideraram que o ato viola os princípios que sustentam a tradição. “A Cavalhada não é palco político, é expressão de tradição, união e fé”, reforça o texto.
O Instituto afirma que essa não foi a primeira vez que Paulo Geovane realizou atos com conotação política utilizando o evento. “Em outras ocasiões, ele já usou a estrutura e os símbolos da Cavalhada para promover interesses partidários, descumprindo o compromisso de neutralidade que se espera de todos”, pontuou.
A expulsão do cavaleiro das Cavalhadas de Pirenópolis provocou indignação da própria Ynâe, que publicou uma carta de repúdio. “Outros políticos também receberam argolinhas e nenhum cavaleiro foi afastado. Isso é autoritário e antidemocrático”, criticou.
A ex-candidata a prefeita saiu em defesa do cavaleiro expulso das Cavalhadas de Pirenópolis. “Ele não cometeu crime, não desrespeitou ninguém, não feriu a tradição. Apenas expressou apoio a mim — uma mulher pública, ex-vereadora, que luta por Pirenópolis”, declarou.
Ela também afirmou que a decisão foi uma tentativa de “silenciar uma opinião” e disse que vai lutar para reverter o afastamento. Já o Instituto reiterou que a expulsão não foi motivada pela entrega da argola, mas pelo uso do microfone em um momento solene para fins de promoção política.
Nota do Instituto Cavalhadas de Pirenópolis
O INSTITUTO CULTURAL CAVALHADAS DE PIRENÓPOLIS, juntamente com os representantes dos Castelos Cristão e Mouro, sob a liderança dos Reis e Embaixadores, vem a público informar que o senhor Paulo Geovane de Oliveira, não integra mais o quadro de cavaleiros das Cavalhadas de Pirenópolis-GO.
A decisão foi tomada de forma unânime pelos Reis e Embaixadores, com o apoio de todos os demais cavaleiros, em conformidade com o Estatuto e o Regimento Interno, após a ocorrência de episódio que vai de encontro aos princípios que regem nossa tradição centenária.
Durante determinado momento da Cavalhada, o ex-cavaleiro utilizou-se do microfone para fazer declaração de cunho político partidário, relacionando a entrega simbólica de argolinha a potencial candidato político. Esclarecemos que o ato da entrega de argolinha não é o problema, mas sim o uso político e promocional feito em momento e espaço dedicados à cultura e à fé, de modo que, a manifestação gerou imediata reprovação por parte do público, que reagiu com vaias o espetáculo.
Reforçamos que a Cavalhada é uma manifestação cultural e religiosa, com caráter apartidário. Ao longo de seus 199 anos, manteve-se acima de interesses políticos, sendo sustentada pelo povo pirenopolino, independentemente de partidos, governos ou gestores públicos.
Válido salientar que infelizmente, esta não foi a primeira ocorrência. Já em outras ocasiões, o referido cavaleiro utilizou a estrutura e os símbolos da Cavalhada para promover interesses políticos, em desrespeito ao compromisso de neutralidade que se espera de todos os participantes.
Diante disso, e visando preservar a integridade, o respeito e a seriedade da festa, foi decidido que o senhor Paulo Geovane de Oliveira não poderá mais representar o Castelo Mouro nem participar das encenações entre Mouros e Cristãos.
Reafirmamos nosso compromisso com a fé, a cultura e o povo de Pirenópolis. A Cavalhada não é palco político – é expressão de tradição, união e devoção.
Tribuna Livre, com informações do Instituto Cultural Cavalhadas de Pirenópolis