09/09/2025

Com flexibilização cambial e apoio do FMI, Argentina tem nota de crédito elevada novamente pela Moody’s

O presidente argentino, Javier Milei — Foto: AFP

Agência de classificação de risco já havia melhorado, no início do ano, a nota do país de Javier Milei, que vem reduzindo a inação

A agência Moody’s Ratings elevou pela segunda vez neste ano a nota de crédito da Argentina, citando a redução dos controles cambiais e o apoio do Fundo Monetário Internacional.

A Moody’s subiu a nota do país em dois degraus, de Caa3 para Caa1, colocando a Argentina no mesmo patamar de Egito e Suriname, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira. A perspectiva da nota foi alterada de positiva para estável

A elevação ocorre em meio aos esforços do presidente Javier Milei para transformar a segunda maior economia da América do Sul com um forte choque fiscal. Estrategistas e analistas têm elogiado os esforços do libertário para conter a inflação descontrolada e reverter anos de déficits fiscais crônicos, a despeito dos impactos sociais.

– A melhora reflete a diminuição do risco de um evento de crédito, à medida que a retirada gradual das restrições cambiais permite uma transição para um regime cambial mais robusto, ancorado na construção de reservas internacionais – afirmou a Moody’s em nota.

A Moody’s já havia elevado a nota da Argentina em janeiro, de Ca para Caa3, e melhorado a perspectiva de estável para positiva. Em maio, a Fitch Ratings também elevou a nota do país de CCC para CCC+. Já a S&P Global Ratings manteve a classificação em CCC no início de fevereiro.

Melhora no quadro

As políticas de Milei reduziram a inflação mensal para menos de 2%, com a inflação anual atingindo o menor nível desde 2020. O presidente também colocou o país no caminho para registrar superávit primário em 2025, o primeiro em mais de 15 anos, aliviando o peso da dívida.

A economia voltou a crescer neste ano, com expansão de 7,7% em abril, acima do esperado. Títulos argentinos em dólar valorizam.

Mas Wall Street tem feito alertas: apesar de um novo programa com o FMI e de um regime cambial mais liberal, Milei e sua equipe ainda precisam acumular mais reservas em moeda forte, algo que as autoridades dizem que não farão até que o peso esteja em torno de 1.000 por dólar — atualmente está acima de 1.200 pesos.

Dúvidas sobre apoio político Outra preocupação central é se Milei conseguirá ampliar sua base de apoio no Congresso nas eleições legislativas de meio de mandato, previstas para o final deste ano. A votação será um teste crucial de apoio à agenda de forte austeridade do governo.

Os títulos argentinos em dólar tiveram desempenho inferior aos de países pares nesta quinta-feira, antes do anúncio da Moody’s. Os papéis com vencimento em 2035 caíram 0,6 centavos por dólar, sendo negociados a cerca de 64 centavos, segundo dados indicativos compilados pela Bloomberg. Os papéis estão com yield (retorno) de 11,94%.

Tribuna Livre, com informações da Agência Moody’s Ratings

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