O técnico Zlatko Dalic está convicto de que seu elenco está mais
desgastado do que o de Tite na Copa do Mundo.
Catar — A julgar pelo desgaste físico, a Croácia entrará
em campo nesta sexta-feira contra o Brasil, às 12h (de Brasília), para resolver
a partida eliminatória contra o Brasil no tempo regulamentar, de preferência
com uma exibição intensa no primeiro tempo. O técnico Zlatko Dalic está
convicto de que seu elenco está mais desgastado do que o de Tite na Copa do
Mundo.
Em quatro jogos, os jogadores de linha da Croácia
percorreram 480,392 km, incluindo a prorrogação contra o Japão, na última
segunda-feira. Os 23 homens de campo do Brasil acumulam 417,899 km, ou seja, há
uma diferença de 62km entre as duas seleções.
Com menos repertório do que Tite, Dalic usou 17 jogadores
nesta Copa. O comandante verde-amarelo se deu ao luxo de colocar em campo os 26
convocados, inclusive os dois cortados. Gabriel Jesus e Alex Telles entraram em
campo na fase de grupos. O Brasil escalou 100 suplentes na derrota por 1 x 0
para Camarões. O zagueiro Marquinhos era o único titular.
Quatro anos mais velha em relação a 2018, a atual
vice-campeã do mundo deu provas de resistência na Rússia. Despachou Dinamarca
(oitavas) e Rússia (quartas) nos pênaltis; e superou a Inglaterra na
prorrogação. Entretanto, o esforço nesta edição já irrita talentos como Luka
Modric, eleito melhor jogador do mundo em 2018 com o voto de Tite.
“Não está sendo fácil suportar fisicamente. Nós jogamos
praticamente com o mesmo time o tempo inteiro”, desabafou o capitão Modric, de
37 anos, depois do triunfo diante do Japão.
A diferença de espaço percorrido por cada jogador de
linha é considerável. Os 17 atletas da Croácia correram em média 28,2km.
Enquanto isso, os do Brasil se desgastaram em 18km.
A maior preocupação de Dalic é com o setor mais forte do
time. Modric (37) e Brozovic (30) são trintões. Kovacic, 28, é o mais jovem da
turma, com 28. Na frente, Pericic (33) e Kramaric (31) também preocupam, assim
como Lovren. O xerife da defesa também está na casa dos 33.
Tite agiu de caso pensado na fase de grupos. Com a
experiência de quem trabalhou duas vezes no Oriente Médio em passagens pelos
Emirados Árabes Unidos, escolheu rodar ao máximo o elenco na expectativa de
tirar alguma vantagem na etapa eliminatória da Copa. Em tese, a Croácia chegará
ao Estádio da Educação desgasta, mas tem um plano para igualar a disputa.
Emular o que fez a Suíça, que chegou a ter 41% de posse de bola na derrota por
1 x 0. Com a bola nos pés, o meio de campo da Croácia não precisa se consumir
correndo atrás do Brasil.