No presídio da Colmeia, também estão mulheres que foram
presas nos atos de 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes. De acordo com a
Defensoria Pública, foram encontradas irregularidades, como alimentação
inadequada e poucos vasos sanitários e chuveiros
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press)
A Defensoria Pública do Distrito Federal (PDDF)
identificou irregularidades na Penitenciária Feminina do Distrito Federal. Em
uma vistoria, os defensores públicos concluíram que a ala destinada às mulheres
está lotada, com alimentação inadequada e poucos vasos sanitários e chuveiros.
O relatório foi elaborado após uma visita dos defensores
públicos à penitenciária localizada no Gama, nesta sexta-feira (24/2). De
acordo com a chefe de gabinete da Defensoria Pública-Geral (DPG), Emmanuela
Saboya, foram atendidas 162 mulheres, sendo 83 no período matutino e 79 no
vespertino. “São mulheres que não conseguem ver seus familiares, receber
notícias, remédios específicos, podem perder seus empregos, abaladas física e
psicologicamente”, disse a defensora.
A defensoria também detalhou que foram feitos
atendimentos em relação às mulheres presas no QG do Exército. “Fizemos
atendimento geral e também em relação às mulheres presas no Quartel General,
contra as quais não há provas que estavam nos atos antidemocráticos. Muitas
mulheres vieram participar da passeata e dizem acreditar que seria pacífica. A
grande maioria ficou extremamente assustada com o absurdo que foi a depredação
ocorrida na Esplanada. A maioria é ré primária, tem trabalho e endereço fixo.
Muitas têm filhos menores, pais idosos, algumas com comorbidades e em
tratamento contra o câncer. Algumas foram liberadas mas ainda há mulheres
nestas condições”, afirmou Emmanuela.
Os presos por atos antidemocráticos de 8 de janeiro na
Praça dos Três Poderes só poderão receber visitas com autorização do Supremo
Tribunal Federal (STF), conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes.
Seape
Procurada pela reportagem, Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária (Seape) sobre a nota divulgada pela Defensoria
Pública do DF, mas, até a publicação desta matéria, não houve retorno.