Indagado pela mídia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, optou por não dar uma resposta direta sobre a manutenção ou não da meta fiscal de 2024.
Durante uma coletiva realizada nesta segunda-feira (30/10), Haddad destacou que o chefe do Executivo federal solicitou o respaldo da área econômica do governo para dialogar com os líderes do Congresso sobre o assunto.
Na sexta-feira passada (27/10), o presidente mencionou que o governo dificilmente alcançaria a meta de déficit zero nas contas em 2024, em um encontro com jornalistas. Essa declaração gerou repercussões negativas nos índices da bolsa, dólar e juros futuros.
Haddad afirmou em entrevista coletiva que o presidente não demonstra qualquer falta de compromisso, pelo contrário, sua preocupação com a situação fiscal é evidente, tanto que busca apoio da área econômica para orientar os líderes do Congresso.
De acordo com o ministro da Fazenda, as observações de Lula refletem a inquietação sobre a deterioração da base fiscal do país. Haddad citou duas decisões judiciais que contribuíram para a redução da arrecadação do governo federal e dos estados: a decisão do STF que excluiu o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, e a medida judicial que permitiu que empresas deduzissem subsídios fornecidos por estados como despesas operacionais.
Quando questionado pela imprensa se a meta fiscal para 2024 continua válida, Haddad evitou uma resposta direta, indicando que o Ministério da Fazenda apresentará medidas para alcançar os objetivos, independentemente dos contratempos identificados. Ele frisou a necessidade de validar essas decisões na esfera política.
Além disso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou que há total sintonia entre o presidente Lula e as políticas econômicas lideradas por Fernando Haddad.
Por sua vez, Lula mencionou que a meta fiscal para 2024 não necessariamente precisa ser zero, afirmando que a intenção de um déficit fiscal zero, defendida por Haddad, tem sido questionada recentemente, não apenas pelo mercado, mas também por alguns auxiliares e membros do partido. Ele ressaltou que fará o possível para cumprir a meta, porém, enfatizou que ela não precisa ser zero. Lula mostrou-se consciente da disposição de Haddad, mas sugeriu que um déficit entre 0,25% e 0,50% do Produto Interno Bruto (PIB) seria insignificante e que a decisão correta será tomada para o bem do país.
Tribuna Livre, com informações da Secom