22/12/2025

Deputados tentam usar caso Eduardo para convencer Trump a retaliar Moraes

Reprodução

Deputados da base de Donald Trump no Congresso americano querem reunir apoio para pressionar o presidente Donald Trump a adotar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes

O gesto é o primeiro ato dos americanos depois da saída de Eduardo Bolsonaro do Brasil. Conforme o UOL mostrou na terça-feira, a iniciativa do deputado foi tomada depois de conversas com a ala mais radical de Trump. A ideia era de que sua saída fosse seguida por um reforço da narrativa de que existe uma suposta ditadura no Brasil

Por enquanto, Eduardo não solicitou oficialmente exílio. Mesmo assim, o deputado americano informou que, ao lado da parlamentar Maria Elvira Salazar, enviou uma carta à Casa Branca pedindo o uso do Global Magnitsky Act para tomar “medidas decisivas contra o ditatorial juiz da Suprema Corte do Brasil Alexandre de Moraes —e potencialmente contra seus cúmplices— nessas violações de princípios democráticos

Os dois deputados tinham estado com Eduardo Bolsonaro em fevereiro, como parte do lobby do brasileiro por ações contra o STF. Eles também são apoiadores de um projeto de lei para tentar impor sanções contra Moraes.

Eles já tinham feito pressão sobre a Casa Branca no começo do ano. Agora, a ideia é a de reforçar a pressão diante da presença de Eduardo Bolsonaro. Os termos usados pelos deputados, porém, não condizem com a realidade do brasileiro, que não pediu asilo nos EUA

A Global Magnitsky Act, uma lei existente nos EUA desde 2016, permite que o governo americano adote sanções e congele ativos de qualquais pessoas que a Casa Branca considere que viola os direitos humanos.

“Nós encorajamos fortemente nossos colegas no Congresso e no Senado a se juntarem a nós na assinatura desta carta em defesa da liberdade nesta nação criticamente importante”, diz a nota.

Na carta, de 25 de fevereiro, os deputados apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado no Brasil, mas alegam que isso seria “uma tentativa flagrante do regime brasileiro de afastar o principal candidato para a eleição do próximo ano”

“O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro não tem a ver com justiça, mas sim com a eliminação da concorrência política por meio de lawfare judicial, assim como o presidente Trump foi alvo antes de fazer o maior retorno político da história”, apontaram.

Repetindo a narrativa de desinformação por parte do bolsonarismo, eles alegam que Moraes “transformou o judiciário brasileiro em uma arma para esmagar a oposição, proteger o presidente Lula e manipular a eleição de 2026 antes que um único voto seja dado”.

Sem trazer provas e distorcendo os fatos, os deputados indicam que as ações de Moraes “são um ataque direto à democracia, à liberdade de expressão e ao estado de direito, e solicitamos respeitosamente que o senhor tome medidas para garantir que o Brasil celebre uma eleição livre e justa em 2026”.

Objetivo é internacionalizar o caso

Um dos objetivos do movimento de extrema direita é de internacionalizar a situação no Brasil. “Moraes não é apenas um problema para o Brasil, ele é uma ameaça crescente para os Estados Unidos”, insistem. “Ele já tentou censurar empresas

Para eles, houve “fraude nas eleições” e, portanto, há uma necessidade de “sanções imediatas por parte dos EUA”.

Para eles, Moraes e seus auxiliares devem enfrentar “consequências reais, incluindo sanções Magnitsky, proibição imediata de vistos e penalidades econômicas”.

“O Presidente e o Departamento de Estado têm autoridade para tomar essas medidas, e Moraes deve responder por suas violações de direitos humanos e ações antidemocráticas. Se não fizermos nada, estaremos sinalizando que os Estados Unidos tolerarão a tirania judicial que ameaça não apenas a democracia do Brasil, mas também nossos próprios interesses nacionais”, completam.

O UOL obteve confirmações que, nos bastidores, a extrema direita tentará usar a viagem de Eduardo Bolsonaro para acelerar algum tipo de ação contra o Brasil.

 No governo, o temor é de que a movimentação se intensifique e que haja uma ingerência real dos EUA no processo eleitoral de 2026.

Tribuna Livre, com informações do Uol

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