29/12/2025

Desfecho em 2025 pode marcar fim de Maduro na Venezuela

Jesus Vargas/Getty Images

Caso ocorra a intervenção, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam um país da América do Sul

Sob o comando da Venezuela desde 1999, a ideologia do chavismo, atualmente liderada por Nicolás Maduro, pode chegar ao fim em breve. Sob as ordens de Donald Trump, os Estados Unidos intensificam a pressão militar em torno do país e sinaliza uma possível ofensiva para retirar Maduro do poder e impôr um ponto final no regime ditatorial.

No fim de julho e começo de agosto, o governo norte-americano anunciou recompensas em até US$ 50 milhões para quem tivesse informações que levassem à prisão de Maduro, uma vez que ele foi classificado como chefe do Cartel de Los Soles pela gestão de Trump. Desde então, Trump ordenou a mobilização naval para o Caribe, que fica próximo à costa venezuelana.

A movimentação inclui navios de guerra, caças de última geração, um submarino nuclear e o maior porta-aviões do mundo: o USS Gerald R. Ford, usados na rota marítima para bombardear e matar pessoas que Trump considera “narcoterroristas”. A pressão militar norte-americana na Venezuela, sob o pretexto de combater o narcotráfico, pode ocasionar no fim do governo de Maduro no país.

“É altamente provável que os EUA ataquem militarmente a Venezuela. Maduro pode ser morto num ataque dos EUA, ser deposto por seus generais ou fugir do país. Ainda assim, a estrutura de poder que o chavismo montou no país, com a partidarização das Forças Armadas, do Judiciário, e outras instituições, será muito difícil de ser desmontada. Isso levará anos”, afirmou Maurício Santoro, cientista político e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinho.

Caso ocorra a intervenção, será a primeira vez que os EUA atacam diretamente um país da América do Sul.

O combate ao transporte de drogas ilícitas pode ser um pretexto para a máquina militar norte-americana intervir na Venezuela, uma vez que o governo Trump desaprova o colapso econômico, a crise imigratória e, inclusive a ilegitimidade, segundo Santoro.

Venezuela conseguiria resistir?

Decretado estado de exceção na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro ordenou a mobilização massiva de meios terrestres, aéreos, navais, fluviais e de mísseis; sistemas de armas; unidades militares; e a prontidão de quase 200 mil milicianos. Em termos comparativos, as forças-armadas venezuelanas são inferiores às dos EUA e a operação dos armamentos podem apresentar ausência nas peças de reposição devido à crise econômica.

No entanto, o professor Antônio Jorge Ramalho da Rocha, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), aponta que Maduro tem melhores condições do que se julga.

“O país não está isolado no mundo, contando com apoio de Rússia e China em termos de equipamentos e, possivelmente, de recursos financeiros. Principalmente, na eventualidade de uma invasão, não apenas o governo Maduro contaria com maior solidariedade de seu povo, mas seus combatentes conhecem melhor o território e estariam lutando por sua terra, por suas famílias e por sua nação”, declarou Ramalho.

Possível intervenção impacta Brasil e América do Sul

A possível intervenção pode intensificar a crise migratória, tendo em vista que quase 148 mil cidadãos venezuelanos já ingressaram no Brasil neste ano, segundo o Observatório de Migrações Internacionais (OBMigra). Sob o comando de Maduro, as relações comerciais com outros países esfriaram, inclusive com o Brasil.

Segundo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, estas ameaças e uma possível ofensiva traria instabilidade regional não só para o Brasil mas para toda a América do Sul, transformando uma zona de paz em uma região de caos. Em contrapartida, conforme Ramalho, após a intervenção, o Brasil poderia atuar como mediador.

“A intervenção trará instabilidades à região e abrirá espaço a intervenções externas, inclusive dos EUA. Caso se consume, trará oportunidade de atuação diplomática estabilizadora, podendo inclusive contribuir para aproximar Brasil e EUA, já que ambos terão interesse em estabelecer algum tipo de equilíbrio na região”, afirmou.

Tribuna Livre, com informações da Agence France Presse

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