Pastor Silas Malafaia faz criticas Senado e afirma que direita patriota é minoria, o que provoca atraso nos pedidos de impeachment de Moraes
O pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disparou duras críticas à atual composição da direita no Senado, ao comentar a ausência de processo de impechment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante entrevista, nesta quarta-feira (23/7), Malafaia disse que a direita “de verdade” é minoria na Casa Legislativa e responsabilizou parlamentares pelo que considera abusos do ministro.
“Temos uma direita vagabunda que mantém o Moraes no STF. Um Senado onde não temos uma maioria que ama a pátria. Uma grande maioria de vendidos e trouxas”, afirmou o líder religioso. “A direita séria não é maioria”, completou.
As críticas surgem em meio a novas decisões judiciais de Moraes contra Bolsonaro, que atualmente está usando tornozeleira eletrônica por ordem do ministro.
Malafaia voltou a acusar o magistrado de perseguir o ex-mandatário e tentar calar vozes conservadoras.
Pedidos de impeachment de Moraes ao Senado
O ministro Alexandre de Moraes já é alvo de 29 pedidos de impeachment que tramitam atualmente no Senado Federal. O mais recente foi protocolado nesta quarta-feira, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em reação à decisão que impôs medidas cautelares a Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso das redes sociais.
Os 22 pedidos foram apresentados entre 2021 e 2024, sendo que sete deles foram protocolados somente neste ano. As petições são assinadas por deputados, senadores e também por cidadãos.
Na mais recente delas, Flávio Bolsonaro afirma que as decisões de Moraes têm “nítida carga político-partidária” e alega que o ministro “atribui caráter criminoso a manifestações políticas e diplomáticas legítimas”.
A Constituição prevê que cabe ao Senado Federal julgar ministros do STF por crimes de responsabilidade, mas o andamento dos pedidos depende do presidente da Casa, atualmente o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que ainda não deu prosseguimento às denúncias contra Moraes.
Última decisão de Moraes
Em sua mais recente decisão, Moraes ampliou as restrições ao ex-presidente ao determinar que ele está proibido de divulgar, direta ou indiretamente, entrevistas por meio das redes sociais — incluindo transmissões, retransmissões, áudios, vídeos e até transcrições veiculadas por terceiros.
O ministro alertou que o descumprimento da medida poderá resultar na prisão imediata de Bolsonaro, por tentativa de burlar decisão judicial.
A determinação integra o inquérito que apura a suposta articulação de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo motivada por manifestações recentes do ex-presidente, que, segundo Moraes, ultrapassaram os limites do discurso político e configuram “ousadia criminosa”.
A medida soma-se a outras já impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com investigados e com representações diplomáticas.
Tribuna Livre, com informações do Portal Metrópoles