Lea Bressy é cotada para assumir o lugar do atual presidente da autarquia; articulação teria suposto aval do ministro Wolney
A diretora de Tecnologia da Informação do INSS, Lea Bressy, teve ao menos 15 reuniões com o número dois do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, em menos de três meses. Adroaldo foi alvo de operação da PF (Polícia Federal) nesta semana, em investigação que apura fraudes contra aposentados e pensionistas.
Interlocutores ouvidos sob reserva enxergam no movimento uma articulação da servidora para derrubar o atual presidente da autarquia, Gilberto Waller, com aval do próprio ministro da Previdência, Wolney Queiroz.
Os encontros não constam na agenda pública da diretora e aparecem apenas na agenda de Adroaldo Portal. Ao todo, segundo informações apuradas pela Coluna, a dupla teve quatro reuniões em outubro, sete em novembro e quatro em dezembro.
Questionado sobre a ausência de registros na agenda de Lea, o INSS confirmou que “a maioria dos encontros não está registrada na agenda pública da Diretora de Tecnologia da Informação, não havendo, até o momento, informações sobre os motivos das reuniões nem sobre a falta de registro”.
Entenda a briga pelo comando
Lea é um nome comentado nos corredores do INSS como responsável por tentar retirar Gilberto do cargo. Nesta semana, a possível articulação da servidora com a Previdência ganhou novo capítulo quando, na noite de segunda-feira (15), ocorreu uma reunião com superintendentes regionais do INSS para pressionar apoio à troca do comando da autarquia.
Conforme a coluna revelou em reportagens anteriores, em novembro a diretora perdeu a confiança do presidente do INSS ao nomear pessoas sob investigação enquanto Gilberto estava de férias e ela exercia o comando do Instituto.
Nesse período, por exemplo, ocorreu a nomeação de Weslley Martins, coordenador de Gestão do Relacionamento com o Cidadão, investigado por assinar acordos com entidades ligadas a políticos e a investigados pela PF para concessão de seguro-defeso a pescadores.
O processo começou a tramitar, segundo apuração da Coluna, em 5 de novembro, e no mesmo dia teve o nível de acesso alterado para restrito pela própria diretora de Tecnologia da Informação. Com isso, a nomeação de Weslley avançou praticamente sob sigilo, sem conhecimento de Gilberto.
Durante o período em que atuou como interina, Lea também deu andamento à nomeação de Yveline Barretto Leitão, aliada da diretora. O nome de Yveline aparece como participante de diversas reuniões realizadas entre Lea e Adroaldo desde outubro.
O outro lado
Questionada sobre as nomeações, Lea afirmou que atuou apenas dentro de suas atribuições.
“Houve a indicação da diretora Yveline, vinda do Ministério [da Previdência]. Eu apenas assinei documentos que estavam em tramitação, para agilizar o processo e resolver pendências. Em nenhum momento iniciei algo que não estivesse em andamento. A Yveline, por exemplo, estava como interina havia quatro meses”, explicou.
Lea também rebateu acusações de interesse em assumir o comando do INSS. Segundo ela, a preocupação sempre esteve voltada aos beneficiários e não houve qualquer atuação com o objetivo de prejudicar Gilberto.
Tribuna Livre, com informações do Portal R7 Planalto







