27/07/2025

Dólar fica estável, mas Bolsa desaba diante das incertezas do tarifaço

Getty Images

Moeda americana registrou leve queda de 0,05% frente ao real, a R$ 5,51. Já o Ibovespa recuou 1,15%, caindo para 133.807 pontos

As incertezas em torno das tarifas sobre produtos importados, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam afetando os mercados de câmbio e ações no Brasil. Nesta quinta-feira (24/7), o dólar permaneceu estável, com leve queda de 0,05% frente ao real, cotado a R$ 5,51. Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), fechou em forte queda de 1,15%, aos 133.807 pontos.

No cenário internacional, nesse campo, os investidores acompanharam com alívio a notícia do acordo firmado entre os EUA e o Japão, anunciado na terça-feira (22/7). Por enquanto, porém, não há indício de um eventual entendimento em relação às tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, fixadas por Trump em 9 de julho, cuja cobrança deve começar em 1º de agosto.

Ao contrário. Declaração de Trump na noite de quarta-feira (23/7) vai em sentido contrário a um eventual acerto entre as partes. É isso que tem elevado a tensão entre agentes econômicos. Na ocasião, o republicano disse que aplicou tarifas de 50% a países com os quais os EUA “não têm tido uma boa relação”.

Por isso, diante da “iminente taxação”, Anderson Silva, chefe da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, acredita que o risco de manter posições na Bolsa brasileira está aumentando. “Isso tem levado investidores a iniciar movimentos de realização de lucros”, diz, referindo-se à venda de ações. “Inclusive com o objetivo de fazer caixa para eventuais oportunidades, caso ocorra uma correção mais acentuada em meio à guerra político-comercial que atravessamos.”

Queda consistente do dólar

Em relação ao dólar, Silva observa que a moeda americana vem perdendo força consistentemente frente às principais divisas do mundo. O real, observa o analista, “tem se beneficiado desse movimento”. “Essa calmaria do dólar não está ligada a nenhuma notícia específica do dia”, afirma. “Mas, sim, a um movimento mais estrutural que já ocorre há várias semanas.”

A mesma premissa aplica-se aos juros futuros (DI), que vêm reagindo ao movimento do Banco Central (BC) de elevar a taxa básica de juros para conter a inflação. “Aos poucos, observamos as curvas futuras corrigindo e o leve movimento de alta de hoje faz parte desse contexto”, diz.

Destaques no Ibovespa

Quanto às ações do Ibovespa, as maiores altas do dia foram registradas pela Azul, que divulgou dados considerados positivos pelo mercado em seu balanço, indicando alguma recuperação no curto prazo. Entre as maiores quedas, figurou a Embraer, penalizada pela taxação imposta ao país por Trump – as aeronaves estão entre os principais itens exportados pelo Brasil para os EUA.

Bolsas americanas

Nas bolsas americanas, o dia foi de ganhos para os principais índices. Os resultados trimestrais da Alphabet, controladora do Google, surpreenderam positivamente o mercado, com suas ações subindo 1%. “Esse otimismo impulsionou uma leve alta para o S&P 500 (+0,2%) e para o Nasdaq (+0,3%), que tem uma maior concentração de empresas de tecnologia”, diz Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad.

Ele observa que, apesar de os ganhos não terem sido expressivos, ambos os índices alcançaram novas máximas históricas durante a sessão. “As ações também foram beneficiadas por uma reportagem do Financial Times, que apontou para um avanço nas negociações de um acordo comercial entre os EUA e a União Europeia, o que resultaria na elevação das tarifas para 15% sobre as importações da UE”, afirma.

Dow Jones em queda

No entanto, nota Lobo, mesmo com essa melhora no sentimento do mercado, o Dow Jones registrou queda de 0,6%, pressionado principalmente por empresas como a IBM e a Tesla, que viu sua receita automotiva cair 8% pelo segundo trimestre consecutivo. “Além da temporada de resultados e da resolução tarifária, o foco do mercado também se volta para o confronto entre o Trump e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que levanta preocupações com a potencial intensificação da pressão contra o presidente Jerome Powell (presidente do Fed).

Na Europa, o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter a taxa de juros da zona do euro inalterada em 2% ao ano, conforme esperado pelo mercado e em linha com a meta de inflação de 2%.

Tribuna Livre, com informações dos Mercados de câmbio e ações no Brasil

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