A eleição estadual de 2022 marcou o sucesso nas urnas de apenas um único vereador de Salvador: Emerson Penalva.
A nova formação da Câmara da capital tem feito com que alguns vereadores estejam cotados para ocupar cargos na gestão da prefeitura, com isso abrindo espaço para alguns suplentes. Apesar disso, muitos deles não parecem estar tão animados com o desafio.
Em contato com alguns vereadores que tiveram sucesso no último pleito, eleitos e reeleitos, o Bahia Notícias apurou que a resistência teria motivo: a eleição de 2026. Muitos deles já projetam voos mais altos, e a estratégia mais viável para conseguir o “salto” para um mandato na AL-BA ou na Câmara é se manter como vereador. “[Para] Estruturar o mandato e organizar para 2026, não pode ser como secretário”, avaliou um vereador procurado pelo BN.
O “efeito Penalva”, avaliado como preponderante para o sucesso do agora deputado estadual do PDT, foi, justamente, se manter no mandato e permanecer “atuando e articulando”, pensando na eleição estadual. O movimento pode explicar a resistência de alguns edis da capital, que não estão dispostos a deixar a Câmara e assumir postos na gestão municipal. Apesar de algumas secretarias proporcionarem um “trabalho de entrega”, existe uma certa limitação. Além disso, o vereador ficaria mais “restrito” às atividades na capital baiana, impossibilitado de realizar viagens com mais intensidade.
Ouvidos em condição de anonimato, vereadores de diversas legendas apontaram que a atuação restrita e a cobrança direta da gestão não agregariam o necessário para conseguir se eleger. Em 2022, 16 dos 43 vereadores eleitos em 2020 disputaram a eleição. Para deputado federal foram: Alexandre Aleluia (PL), Sidninho (PP), Cátia Rodrigues (União), Cris Correia (PSDB), Débora Santana (PDT), George Gordinho da Favela (PP), Joceval Rodrigues (MDB), Marta Rodrigues (PT), Roberta Caires (PDT) e Maria Marighella (PT). Todos eles sem sucesso.
Já para estadual, onde Penalva conseguiu ter êxito, além dele, disputaram uma cadeira: Cláudio Tinoco (União), Sandro Bahiense (PP), Téo Senna (PSDB), Suíca (PT), Silvio Humberto (PSB) e Maurício Trindade (PP). Na disputa de 2026, na avaliação dos edis procurados, existe uma possibilidade de alguns deles conseguirem uma cadeira na AL-BA.
Tribuna Livre, com informações da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia.