Procon de São Paulo questiona eficiência das equipes da Enel diante de atrasos no atendimento e falhas recorrentes no serviço
Mesmo após anos de autuações, a Enel — distribuidora de energia elétrica para a capital paulista e outras 23 cidades da região metropolitana — ainda não quitou nenhuma das multas aplicadas pelo Procon de São Paulo desde 2019. A concessionária assumiu o serviçõ no fim de 2018 e, desde então, acumula penalidades por falhas no serviço prestado à população.
Ao longo desse período, o Procon-SP aplicou à empresa multas que, juntas, chegam a R$ 77,7 milhões. Os valores mais altos foram registrados no anos de 2023 e 2024, quando as sanções somaram R$ 38,7 milhões. Em novembro de 2023, após temporais atingirem a cidade, moradores de todas as regiões ficaram dias sem energia, o que gerou uma enxurrada de reclamações.
Diante das interrupções prolongadas no fornecimento de eletricidade, o Procon-SP informou, em nota divulgada nesta quarta-feira (11/12), que voltou a notificar a Enel. O órgão quer explicações detalhadas sobre a estrutura de atendimento em campo e os planos de emergência adotados pela empresa, especialmente nos casos em que a falta de luz ultrapassam 24 horas e afetam milhões de consumidores na capital e na Grande São Paulo.
Segundo o Procon, a notificação também questiona a eficácia das ações divulgadas pela concessionária. Embora a Enel afirme contar com milhares de equipes trabalhando nas ruas, consumidores relatam demora no atendimento, e imagens de veículos parados em garagens da empresa reforçam as dúvidas sobre a real atuação das equipes durante as crises.
Em nota, a Enel se defendeu, afirmou que cumpriu todos os requisitos exigidos e apresentou avanços na qualidade do serviço. A empresa também declarou confiar no sistema jurídico e regulatório para garantir estabilidade aos clientes.
Ciclone extratropical em São Paulo
A passagem de um ciclone extratropical por São Paulo provocou fortes ventos e temporais, causando queda de energia em larga escala e impactando serviços essenciais. A falta de eletricidade afetou o abastecimento de água na capital e em pelo menos nove cidades da região metropolitana, já que a interrupção no fornecimento de energia impediu o funcionamento dos sistemas de bombeamento, segundo a Sabesp.
Durante a manhã de quarta-feira (10/12), São Paulo registrou rajadas de vento de até 96,3 km/h, intensificando os danos provocados pelo temporal. O fenômeno, formado na região sul do país, manteve o estado em alerta ao longo do dia, com ventos superiores a 90 km/h, quedas de árvores, destelhamentos, falta de energia e prejuízos à infraestrutura urbana.
Desde o início da Operação Chuvas, em 10 de dezembro, a Defesa Civil contabiliza sete mortes no estado de São Paulo. Duas delas ocorreram na tarde desta terça-feira (16/12), em Ilhabela, no litoral norte paulista. A região do litoral foi fortemente atingida por chuvas intensas na madrugada de quarta-feira (17/12), acumulando, em apenas três horas, o volume previsto para três semanas. Segundo a Defesa Civil, Ubatuba registrou o maior volume de chuva nas últimas 24 horas no estado, com 182 milímetros.
Tribuna Livre, com informações do Procon-SP











