16/12/2025

Escritório do filho de ex-diretor do INSS movimentou R$ 12 milhões em três anos

De acordo com documentos enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, somente entre novembro de 2023 e julho de 2025, o escritório recebeu R$ 6,6 milhões em receitas e registrou despesas de R$ 5,3 milhões - (crédito: Mercado Hoje)

Escritório de advocacia de Eric Fidelis, apontado pela PF em esquema de fraudes, recebeu recursos de entidades que lesaram aposentados

O escritório de advocacia de Eric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), André Fidelis, movimentou mais de R$ 12 milhões desde a a fundação, em junho de 2022. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e investigações da Polícia Federal (PF) indicam que parte desse montante estaria vinculada a fraudes contra aposentados e pensionistas.

De acordo com documentos enviados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, somente entre novembro de 2023 e julho de 2025, o escritório recebeu R$ 6,6 milhões em receitas e registrou despesas de R$ 5,3 milhões. Do total, cerca de R$ 5,1 milhões teriam origem em associações investigadas por operar descontos indevidos na folha de benefícios do instituto.

A PF aponta que o escritório de Eric teria servido como intermediário de pagamentos ilícitos destinados ao pai, André Fidelis, acusado de favorecer empresários na assinatura de Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) que permitiram os descontos automáticos.

O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, teria sido um dos responsáveis por repasses. Em depoimento à CPMI, ele confirmou ter firmado contratos com empresas ligadas a familiares de dirigentes do órgão, embora sustente que os serviços eram legítimos.

Além da movimentação empresarial, os investigadores detectaram valores expressivos em contas pessoais de Eric. Entre fevereiro de 2023 e março de 2024, mais de R$ 10 milhões circularam em contas dele, embora a renda declarada fosse de apenas R$ 13 mil. Só em uma conta no Itaú, em Brasília, entraram R$ 3,8 milhões e saíram R$ 4 milhões em seis meses. Para o Coaf, os indícios demonstram incompatibilidade entre a renda formal e os valores transacionados.

Os relatórios também destacam que a maior parte dos créditos recebidos por Eric vieram de transferências de pessoas físicas e jurídicas relacionadas à atividade do escritório, sugerindo possível uso de contas pessoais para movimentações empresariais. O órgão de inteligência financeira classificou o caso como “sinal de alerta” para movimentação incompatível com o patrimônio e a capacidade financeira declarada.

Procurados, Eric Fidelis não respondeu aos contatos do Correio. A defesa de André Fidelis não foi localizada. As investigações seguem na PF e na CPMI, que deve ouvir os personagens centrais do esquema nos próximos dias.

Tribuna Livre, com informações da Polícia Federal

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